Por Patricia Zengerle e Matt Spetalnick
WASHINGTON (Reuters) - Um governador da Venezuela fez uma visita incomum a Washington nesta semana, buscando reuniões no Congresso para debater o destino de um cidadão dos Estados Unidos preso na nação sul-americana, disseram fontes norte-americanas.
Diante da ameaça da adoção iminente de sanções dos EUA contra a Venezuela, o governador de Carabobo, Rafael Lacava, pediu encontros para falar sobre Josh Holt, missionário mórmon do Estado norte-americano de Utah que viajou à Venezuela para se casar. Holt e sua esposa venezuelana, Thamara Caleno, estão detidos desde 2016 devido a acusações ligadas a armas.
"Estamos cientes de que ele (Lacava) está aqui. Há suspeitas de que o governo da Venezuela esteja usando a detenção ilegítima do senhor Holt como uma moeda de troca para conversas sobre as sanções dos EUA", disse uma autoridade norte-americana.
"Continuamos pedindo a libertação imediata e incondicional do senhor Holt, e até que ele seja libertado continuamos a insistir em contatos consulares frequentes e já em andamento com ele, como determinado pela lei internacional", acrescentou.
É incomum uma autoridade ligada ao governo socialista da Venezuela, um adversário dos EUA, visitar Washington para reuniões deste tipo.
O governo do presidente norte-americano, Donald Trump, está estudando novas sanções sobre o setor petrolífero venezuelano para aumentar a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro antes de uma eleição que Washington e seus aliados consideram uma farsa.
Maduro confirmou a visita de Lacava durante um discurso feito em Caracas, dizendo: "Ele foi a Washington para alguns esforços de paz".
Uma outra fonte norte-americana a par da situação confirmou que Lacava está em visita para falar sobre Holt, mas que não acredita que sanções serão debatidas no Congresso, já que os parlamentares se submetem ao governo federal em questões desta natureza.
(Reportagem adicional de Brian Ellsworth e Vivian Sequera, em Caracas)