LONDRES (Reuters) - A Grã-Bretanha responderá "adequadamente" se um país estiver envolvido no envenenamento de um ex-espião russo na Inglaterra há uma semana, disse o ministro das Finanças, Philip Hammond, no domingo.
"Esta é uma investigação policial e será guiada por evidências e devemos ir onde as provas nos levam", disse Hammond à canal de televisão BBC. "Então, temos que permitir que a investigação da polícia siga o seu curso. Mas, se houver envolvimento de um país evidenciado por esta investigação, então, obviamente, isso seria muito grave e o governo responderá adequadamente".
O ex-agente duplo Sergei Skripal, de 66 anos, e sua filha Yulia, de 33 anos, estão no hospital em uma condição crítica desde o dia 4 de março, quando foram encontrados inconscientes em um banco na cidade de Salisbury, no sul do país.
Muitos na mídia e política britânicas cogitaram se a Rússia poderia ter participado do ataque contra Skripal, mas o ministro do Interior, Amber Rudd, disse no sábado que era muito cedo para apontar um responsável.
Skripal traiu dezenas de agentes russos para a inteligência britânica antes de sua prisão em Moscou em 2004. Ele foi condenado a 13 anos de prisão em 2006 e, em 2010, se tornou refugiado na Grã-Bretanha depois de ter sido trocado por espiões russos.
A polícia britânica disse que uma substância neurotóxica foi usada contra Skripal e sua filha, mas não divulgou qual.
A BBC disse no final do sábado que traços da substância foram encontrados no Zizzi, um restaurante italiano em que os Skripals estiveram antes de serem encontrados inconscientes. Um porta-voz da polícia não quis comentar o relatório.
No domingo, o Departamento de Saúde Púbica da Inglaterra recomendou a quem visitou o restaurante ou o pub The Mill em Salisbury na tarde de 4 de março ou no dia seguinte para lavar as roupas que estavam usando e para limpar itens pessoais, como telefones e bolsas.
"Embora não haja nenhum risco imediato para a saúde de qualquer pessoa que tenha estado em qualquer um desses locais, é possível, mesmo que improvável, que qualquer substância que tenha entrado em contato com roupas ou pertences ainda possa estar presente em pequenas quantidades e, portanto, contaminar sua pele", disse o órgão do governo.
(Reportagem de Paul Sandle e William Schomberg)