DETROIT, Estados Unidos (Reuters) - A Ford (NYSE:F) reduziu nesta quarta-feira sua previsão de resultado para 2018 por causa de queda nas vendas e tarifas na China, além de fraqueza em operações na Europa, e afirmou que planos em andamento de reformulação de seus negócios podem levar a encargos de até 11 bilhões de dólares nos próximos três a cinco anos.
A montadora norte-americana de veículos teve lucro líquido de 1,07 bilhão de dólares no segundo trimestre, ou 0,27 dólar por ação, ante 2,05 bilhões, ou 0,51 dólar por papel um ano antes. Analistas, em média, esperavam lucro de 0,31 dólar por ação, segundo dados da Thomson Reuters I/B/E/S.
A empresa citou que a queda no lucro foi afetada por incêndio em uma fornecedora de autopeças que interrompeu a produção de picapes da companhia, enquanto queda nas vendas e tarifas comerciais prejudicaram o desempenho na China.
"Este foi obviamente um trimestre muito difícil para nós", disse o vice-presidente financeiro, Bob Shanks, a jornalistas.
Tarifas, particularmente as impostas pelo governo de Donald Trump sobre importações de aço e alumínio, devem custar à Ford 1,6 bilhão de dólares na América do Norte este ano, disse Shanks.
As dificuldades da montadora para elevar vendas na China não mostraram sinais de terem fim, apesar da estratégia que levou novos produtos ao mercado. Nos primeiros cinco meses do ano, as vendas da Ford na China caíram 22 por cento e a empresa registrou no segundo trimestre prejuízo de 483 milhões de dólares antes de impostos no país.
Praticamente todo o lucro da Ford no segundo trimestre foi gerado por vendas de picapes como a F-150 e utilitários esportivos na América do Norte.
A Ford cortou a expectativa de lucro ajustado em 2018 para a variação de 1,30 a 1,50 dólar por ação, ante uma previsão anterior de 1,45 a 1,70 dólar por papel. Analistas esperavam lucro líquido de 1,52 dólar por ação.
(Por Nick Carey e Ben Klayman)