SÃO PAULO (Reuters) - O Paraná deverá ter um plantio recorde de soja na temporada 2014/15, com a oleaginosa ganhando terras antes dedicadas ao milho e ao feijão, enquanto o cereal registrará a menor semeadura da história, apontou a primeira estimativa do governo paranaense para a nova safra.
Enquanto a soja terá um aumento de área de 3 por cento, para pouco mais de 5 milhões de hectares, o milho registrará um recuo de 14 por cento no plantio ante 2013/14, para 572,6 mil hectares.
Em condições normais de clima, a safra da oleaginosa atingiria um recorde de 17,1 milhões de toneladas no Paraná, aumento de 18 por cento na comparação com o ano passado, quando a seca reduziu o potencial de produção em cerca de 2 milhões de toneladas.
A soja e o milho geralmente concorrem em área no Estado, segundo produtor de grãos do Brasil, atrás de Mato Grosso. E na nova safra, novamente, a oleaginosa deverá ganhar espaço, pois sua rentabilidade está maior que a do cereal.
"A gente vai ter aumento da soja, segue a tendência no Brasil", afirmou nesta quinta-feira o economista do Departamento de Economia Rural (Deral), Marcelo Garrido.
Segundo ele, a soja está cotada a 55 reais por saca, enquanto o milho vale 16 reais/saca no Estado.
O milho perdeu área no Paraná nas últimas duas safras, com produtores apostando no cereal na segunda safra (safrinha), que cada vez ganha mais importância no Brasil, com a opção pela soja no cultivo de verão.
A produção de milho, cujo plantio já começou no Paraná, foi estimada em 4,9 milhões de toneladas, queda de 10 por cento ante a temporada anterior, que só não é maior por conta da expectativa de um aumento na produtividade de 5 por cento.
Garrido afirmou ainda que a soja tomou área do feijão primeira safra, uma vez que esse produto também enfrenta preços baixos, em função do excesso de oferta.
A área plantada com feijão cairá 14 por cento, para 204 mil hectares.
A safra total de verão do Paraná atingiria 22,6 milhões de toneladas, aumento de 2 milhões de toneladas ante a temporada anterior, principalmente pela expectativa de maior colheita da soja.
(Por Roberto Samora)