A Auren Energia (BVMF:AURE3) teve prejuízo líquido de R$ 838,1 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo lucro de R$ 230,1 milhões registrado em igual período do ano passado.
O resultado foi influenciado pelo pagamento de R$ 1,037 bilhão em impostos sobre a atualização monetária da indenização obtida pela reversão da hidrelétrica Três Irmãos. Deste montante, R$ 334 milhões foram compensados com créditos tributários. Excluindo esse efeito não-recorrente, a empresa teria registrado lucro de aproximadamente R$ 200 milhões.
De julho a setembro, a receita líquida da empresa totalizou R$ 1,626 bilhões, aumento de 5,7% na base anual de comparação.
Já o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado alcançou R$ 453,2 milhões, crescimento de 46,5% em relação ao terceiro trimestre de 2022. Sem os ajustes, o Ebitda ficou em R$ 350,1 milhões, queda de 30,4%.
A dívida líquida da Auren terminou o período em R$ 1,308 bilhão, montante 53,8% menor do que o observado um ano antes, enquanto a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, ficou 1,3 ponto porcentual (p.p.) menor do que a observada um ano antes, em 0,7 vez. No período, a posição de caixa foi de R$ 4,9 bilhões.
Operacional
No terceiro trimestre, a geração na usina hidrelétrica Porto Primavera aumentou 17,7%, atingindo 900,9 megawatts médios (MWmed), principalmente devido à melhora nas condições de armazenamento nos reservatórios.
Por outro lado, a geração consolidada das usinas eólicas aumentou 13,9% no trimestre, devido à entrada em operação dos complexos Ventos do Piauí II e III. Contudo, desconsiderando a adição de capacidade, houve redução de 10,2%, em função do menor recurso eólico observado.
A empresa destacou que seu desempenho foi pouco impactado pela falha no Sistema Interligado Nacional (SIN) ocorrida em agosto, com interrupção no fornecimento de energia em diversos Estados.
A capacidade instalada operacional da Auren totalizou 3,039 gigawatts (GW). Deste total, 2,057 megawatts (MW) são da fonte hídrica e outros 982 MW de eólicas, considerando o incremento de 9,3 MW dos complexos eólicos Ventos do Piauí II e III, em função da revisão da potência nominal dos aerogeradores de 4,4 MW para 4,5 MW, representando um aumento de 2,3%, ocorrida em 21 de agosto de 2023.