FRANKFURT (Reuters) - As autoridades do Banco Central Europeu fizeram as pazes em sua reunião de política monetária no mês passado, deixando de lado as críticas a um programa de impressão de dinheiro que os havia dividido poucas semanas antes, mostrou nesta quinta-feira a ata do encontro.
Os membros do BCE concordaram com uma manutenção na reunião de 23 e 24 de outubro, que foi a última de Mario Draghi como presidente do banco, e em dar a um pacote de estímulo apresentado um mês antes mais tempo para influenciar a economia.
As autoridades também fizeram um "forte pedido" por unidade após a decisão de começar a ampliar os 2,6 trilhões de euros do BC em títulos ter sido forçada diante da oposição de um terceiro membro do Conselho em setembro, provocando rara reação pública.
"Olhando à frente, um forte pedido foi feito por unidade do Conselho", disse o BCE na ata.
"Embora tenha sido destacado que discussões abertas e francas no Conselho tenham sido absolutamente necessárias e legítimas, foi considerado importante formar um consenso e se unir por trás do compromisso do Conselho de buscar seu objetivo de inflação", acrescentou.
Isso reflete a postura adotada pela sucessora de Draghi, Christine Lagarde, que na semana passada levou as autoridades a um retiro de dois dias para fazer as pazes e ouvir pedidos de mais decisões consensuais.
Em relação às perspectivas econômicas, as autoridades destacaram que os dados levantam questões sobre se a fraqueza da zona do euro vai durar ainda mais do que era esperado em setembro.
Mas concordaram em adotar uma postura de "esperar para ver" porque as últimas medidas de estímulo, que também incluíram corte de juros e empréstimos mais generosos a bancos, precisam de mais tempo para fazer efeito.
(Reportagem de Francesco Canepa)