Por Sebastian Rocandio
VINHEDO, São Paulo (Reuters) - As equipes das forças de segurança e resgate do Estado de São Paulo recuperaram neste sábado os corpos das 62 vítimas do avião que caiu na sexta-feira em Vinhedo, no interior paulista, matando todos a bordo.
Os corpos da maioria das vítimas -- 34 homens e 28 mulheres -- já foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) central de São Paulo. Os corpos do piloto e do copiloto foram identificados mais cedo neste sábado, disse o prefeito de Vinhedo, Dario Pacheco (PSD).
Quatro pessoas com dupla cidadania estavam entre as vítimas, três venezuelanos e uma portuguesa, segundo a companhia aérea regional Voepass, que operava a aeronave.
Os venezuelanos eram um menino de 4 anos, sua mãe e sua avó, noticiou a GloboNews. A cachorrinha da família também estava no voo que eles pegavam para depois seguir para a Colômbia, segundo a reportagem.
Na sexta-feira, a Voepass informou que o avião transportava 57 passageiros e quatro tripulantes, mas neste sábado a empresa confirmou que havia outro passageiro não contabilizado no voo, elevando o número de vítimas para 62.
As autoridades estão usando informações sobre os assentos ocupados, características físicas, documentos e pertences, como celulares, para identificar as vítimas, disse o capitão do Corpo de Bombeiros, Maycon Cristo, no local do acidente.
Familiares das vítimas foram levados a São Paulo para fornecer amostras de DNA para ajudar na identificação dos restos mortais das vítimas, segundo o coordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo, Henguel Pereira.
A caixa-preta do avião, que contém gravações de voz e dados de voo, está passando por análise, disse Marcelo Moreno, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em uma coletiva de imprensa em Vinhedo.
O avião, um turboélice ATR-72, estava a caminho de São Paulo vindo de Cascavel (PR), e caiu por volta das 13h30 (horário no Brasília) na cidade de Vinhedo. Apesar de ter caído em uma área residencial, ninguém no solo ficou ferido.
A aeronave estava voando normalmente até às 13h21, quando parou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, e o contato com o radar foi perdido às 13h22, informou a Força Aérea Brasileira (FAB) em um comunicado.
Os pilotos não declararam emergência ou reportaram estar sob condições meteorológicas adversas, acrescentou a FAB.
A empresa franco-italiana ATR, de propriedade conjunta da Airbus (EPA:AIR) e do grupo Leonardo, é a principal produtora de aviões regionais turboélice com capacidade para 40 a 70 pessoas. A ATR disse à Reuters na sexta-feira que seus especialistas estavam "totalmente engajados" na investigação do acidente.