Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte da manhã desta quarta-feira, as ações da Azul (SA:AZUL4) operam com ganhos, um pouco acima da alta do Ibovespa. A companhia anunciar na véspera que fechou acordos para novo perfil de pagamento a seus arrendadores de aeronaves que resultarão em uma economia de capital de giro de R$ 3,2 bilhões do início da crise até o final de 2021.
Por volta das 11h37, os ativos tinham alta de 0,34% a R$ 23,40, após abrir com fortes ganhos e máxima de R$ 23,70. O Ibovespa avançava 0,14% a 102.312 pontos.
A empresa disse que os acertos representam mais de 98% do seu passivo de arrendamento e que negociações com os demais arrendadores continuam evoluindo.
A Azul afirmou que o cronograma de pagamento será baseado em uma estimativa conservadora de retomada da demanda.
“Como resultado, a companhia estima pagar 566 milhões de reais em aluguel de aeronaves entre abril e dezembro de 2020, uma redução de 77% comparado com os contratos originais. Os aluguéis mensais menores serão compensadas por valores ligeiramente superiores a partir de 2023, ou pela extensão de certos contratos a taxas de mercado”, detalhou.
Adicionalmente, a Azul afirmou que o seu passivo de arrendamento deverá diminuir 3,4 bilhões de reais entre o final de março e dezembro, totalizando 12,5 bilhões de reais no final do ano.
“Estes acordos são um passo importante para garantir que sairemos desta crise mais fortes e comprometidos com essas parcerias de longo prazo”, afirmou o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Azul, Alex Malfitani, no comunicado.
Para a XP Investimentos, o anúncio é positivo, uma vez que proporciona um alívio importante no fluxo de caixa da companhia no curto prazo, ao mesmo tempo em que reduz o passivo relacionado a esses pagamentos. Vale relembrar que custos relativos a aluguel de aeronaves possuem um perfil fixo, e estão entre os mais representativos para as companhias aéreas.
A equipe explica que, com o novo perfil de pagamentos, esses custos tomam um perfil mais variável. Arrendamentos representaram ~79% da dívida bruta da Azul no 1T20 (~R$ 15,8 bilhões, dos quais a maior parte está sob a modalidade de arrendamento operacional). A recomendação é de Compra para as ações, com preço-alvo de R$ 29,0/ação.
Codeshare com Latam
A Azul anunciou nesta quarta-feira o começo do compartilhamento de voos com a Latam Airlines no Brasil, que prevê codeshare para 64 rotas no país, além de acúmulo de pontos nos programas de fidelidade das duas companhias.
O acordo foi anunciado em junho e ilustra como o setor aéreo está tentando otimizar a estrutura para enfrentar o impacto provocado no setor pela pandemia do Covid-19.
De 35 rotas que estão à venda a partir desta quarta-feira, 23 serão cumpridas pela Azul enquanto 12 terão operação pelas aeronaves da Latam. Até o fim de agosto, as companhias também iniciarão as vendas de outras 29 rotas do acordo, sendo 12 operações da Azul e 17 da Latam.
Neste primeiro momento, o codeshare terá pousos e decolagens nos aeroportos de Brasília (BSB), Belo Horizonte (CNF), Recife (REC), e Campinas (VCP), chegando, posteriormente, aos aeroportos de Porto Alegre (POA), Curitiba (CWB) e São Paulo - Guarulhos (GRU).
"O início desse acordo vai ajudar nosso setor a oferecer mais opções de voos, horários e destinos a nossos clientes, sendo uma solução importante para recuperarmos com mais agilidade a demanda interna afetada pela pandemia", disse Abhi Shah, vice-presidente de receitas da Azul.
(Com contribuição de Reuters)