Por Gabriel Codas
Investing.com - A Azul (SA:AZUL4) dá continuidade a temporada de balanços do segundo trimestre do ano com a divulgação dos números do período, que vai acontecer nesta quinta-feira, antes da abertura dos mercados.
A companhia, que faz parte de um dos setores mais atingidos pela crise causada pela pandemia do novo coronavírus, deve sentir com força o impacto das medidas de isolamento social e fechamento de aeroportos. Não são esperadas grandes surpresas, uma vez que a empresa divulga constantemente as prévias operacionais mensais.
Por volta das 16h16, os papéis perdiam 1,80% a R$ 22,90, com máxima em R$ 24,70. As ações da aérea chegaram a ter alta relevante na abertura após acordo com arredadores de aeronavaes, que resultarão em uma economia de R$ 3,2 bilhões de capital de giro do início da crise até o final de 2021.
O consenso de mercado aponta para um prejuízo líquido da empresa aérea de R$ 2,60 para cada ação, sendo que um ano antes o resultado foi positivo, de R$ 1,02 para cada ativo. Já nos três primeiros meses de 2020, a companhia teve perdas de R$ 0,79 por papel, melhor que os R$ 5,59 estimados.
Em relação à receita líquida, a mediana dos analistas aposta para R$ 476,58 milhões, uma queda na comparação aos R$ 2,62 bilhões do mesmo período de 2019. Já entre janeiro e março, as entradas foram de R$ 2,8 bilhões.
A XP Investimentos, com base na prévia operacional já divulgada pela companhia, espera que a oferta consolidada (ASK) apresente queda de ~83% a/a e que a taxa de ocupação atinja ~73%. No lado dos resultados, a estima queda marginal nos Yields na comparação trimestral, mas espera que a linha de outras receitas ganhe representatividade na receita total (em ~30 p.p. na comparação com o trimestre anterior).
Como os custos devem ser pressionados pela desvalorização do Real e pela alavancagem operacional limitada (com a queda acentuada nas receitas em relação ao ano anterior), os analistas esperam EBIT e EBITDA negativos.
Já o BTG Pactual (SA:BPAC11), que tem recomendação neutra para o papel, acredita em prejuízo líquido de R$ 570 milhões, com receitas de R$ 320 milhões, abaixo o consenso do mercado. O Ebitda esperado é negativo de R$ 55 milhões e margem de -14%.