Nações Unidas, 13 jul (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta sexta-feira que a falta de ação do Conselho de Segurança para pressionar o presidente sírio, Bashar al Assad, e deter a "tragédia" que ocorre na Síria significa uma "licença" para que ocorram mais massacres no país árabe.
"Peço a todos os Estados-membros que tomem ações coletivas e decisivas para deter imediata e completamente a tragédia que vive a Síria. A inação se transforma em licença para mais massacres", disse Ban em comunicado de condenação ao massacre perpetrado na quinta-feira na cidade de Tremseh, que deixou cerca de 200 mortos.
O principal responsável das Nações Unidas insistiu pela segunda vez no mesmo dia que o Conselho de Segurança deve enviar "uma forte mensagem" ao governo de Damasco. Ban disse ainda que o regime de Assad violou os acordos estabelecidos com o enviado especial para a Síria, Kofi Annan, e as resoluções aprovadas até o momento pela ONU.
"É necessário agora uma pressão conjunta, sustentada e efetiva", afirmou Ban, para quem os "horríveis crimes" cometidos em Tremseh, com o uso de "artilharia pesada e bombardeios" por parte do exército sírio colocam "em dúvida" o "recente compromisso" formalizado por Assad a Annan durante a visita do diplomata à Síria.
O secretário-geral pediu ao regime de Damasco que "detenha o banho de sangue e reconheça que o confronto armado é um caminho errado e que deve terminar". Ban defendeu também que a oposição armada "obedeça os compromissos do plano de paz" de seis pontos elaborado pelo mediador internacional.
Ban afirmou que os membros do Conselho de Segurança devem trabalhar unidos para apoiar o plano de paz de Annan e os acordos alcançados pelo Grupo de Ação para a Síria em sua reunião de 30 de junho, realizada em Genebra.
"O plano de paz e o comunicado do Grupo de Ação são os alicerces para se conseguir uma solução ao conflito na Síria. A violência deve acabar e deve-se alcançar uma transição dirigida pelos sírios e que responda honestamente as suas legítimas aspirações", acrescentou. EFE