Por Marcela Ayres
SÃO PAULO (Reuters) - Os sócios e presidentes do banco Master Daniel Vorcaro e Augusto Lima disseram nesta quarta-feira que o banco entrará com queixa crime para investigação de fake news sobre suposta interrupção, por outros bancos, da captação de títulos de dívida emitidos pela instituição.
"Não tem nada interrompido, é tudo mentira", disse Lima após reunião com o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino, em Brasília.
"A polícia vai tomar as devidas providências, isso é crime contra o sistema financeiro nacional", acrescentou.
Questionados sobre o tema da reunião com o BC, os executivos disseram que a questão da captação não foi levantada e que o encontro se limitou a tratar de aspectos normativos relativos ao dia a dia do banco.
"Eles (BC) reafirmaram toda a relação de confiança que têm com a gente," disse Lima.
Procurado, o BC não comentou o assunto.
O Banco Master afirmou que não há definição sobre a queixa crime.
O Master reportou lucro líquido de 501 milhões de reais no primeiro semestre do ano, com patrimônio líquido de 4,2 bilhões.
Na terça-feira, o BTG Pactual (BVMF:BPAC11) divulgou nota afirmando que não suspendeu nenhuma captação para títulos do Banco Master.
Em seu site, o Master reiterou a informação dada pelo BTG Pactual, acrescentando que "a disseminação e a propagação de informações falsas configura crime ao sistema financeiro nacional".
A agência de classificação de risco Fitch elevou no início do mês a nota do Master em dois pontos, de BBB/Perspectiva Positiva, para A-/Perspectiva Estável. Segundo a agência, a elevação da nota reflete a "expansão estratégica e aquisições do Banco Master, uma vez que continuam sustentando o crescimento de receita e o perfil de negócios da instituição financeira".
A Fitch afirmou ainda que a melhora na nota também considerou "estabilização do perfil financeiro do Banco Master, com níveis consistentes de liquidez e lucratividade, qualidade razoável de ativos e níveis estáveis de capital em relação a seus pares".