Por Gabriel Codas
Investing.com - O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) reduziu o preço-alvo das ações da BRF para R$ 25,00, mantendo a recomendação outperform, após incorporar os efeitos da Covid-19, custos com grãos e desvalorização cambial nas estimativas.
Por volta das 13h35, os papéis da companhia (SA:BRFS3) somavam 0,38% a R$ 20,93.
A equipe de analistas permanece otimista com a tese de investimentos da empresa, acreditando que ainda há espaço para ganhos de sinergias adicionais com as novas aquisições. Para eles, os papéis estão sendo negociados com múltiplo EV/EBITDA de 6,8x, o que torna o valuation atrativo, considerando sua média histórica de 8,5x em 2 anos.
Na segunda, a BRF apresentou mais um resultado robusto, com efeito positivo sobre os papéis da empresa que chegaram a subir 12% ao longo do dia. No trimestre, os resultados foram fortemente impactados pela performance no segmento Internacional, que segue tendência positiva observada nos últimos trimestres devido a avanços na Ásia.
Além disso, o mercado doméstico no Brasil continua reportando resultados consistentes, fruto de execução e foco da empresa em produtos de maior valor agregado. Apesar do desempenho mais fraco no segmento Halal, como já esperado, o resultado surpreendeu positivamente os analistas do banco com margens de dois dígitos, mesmo diante de um cenário bastante desafiador.
O relatório do banco mostra que, como resultado, e somado o efeito positivo da política de gerenciamento de gastos da empresa que vem mitigando maiores custo com grãos, a margem EBITDA avançou para 14%, de 10,2% no 1T19, já considerando provisões para possíveis efeitos negativos da Convid-19 nos resultados futuros da empresa.
Por outro lado, o resultado líquido da empresa fechou negativo, dado variação cambial que impactou em R$ 123 milhões o resultado financeiro, e despesas referente ao acordo de encerramento da Class Action nos EUA, no valor de R$ 204 milhões. Assim, a empresa apresentou um prejuízo líquido de R$ 38 milhões.
O BB-BI destaca ainda como positiva a alavancagem da empresa em 2,68x, em patamares ainda confortáveis, mesmo diante da apreciação do dólar. Os analisas destacam que vão acompanhar a evolução desse indicador, tendo em vista que pode ser visto algum impacto no próximo trimestre devido às aquisições já anunciadas de mais 25% da Wafi, distribuidora de produtos BRF, e de 100% da Joody Al Sharqiya, empresa de processamento de alimentos, ambas na Arábia Saudita, e em linha com a estratégia da empresa de expansão no mercado Halal, com produtos de maior valor agregado.