Investing.com - O Banco do Brasil (SA:BBAS3) Investimentos (BB-BI) revisou nesta sexta-feira o preço-alvo das ações da BRF (SA:BRFS3) de R$ 52,00 para R$ 35,00, atualizando a recomendação do ativo para Outperform. As ações da companhia são negociadas com valorização de 0,70% a R$24,47.
Na visão do banco, os resultados fracos no fechamento do ano passado, a série de conflitos entre os acionistas e a nova fase da Operação Carne Fraca acontecida em março prejudicam o desempenho da companhia. A companhia atingiu o menor valor em oito anos em R$ 18 bilhões.
Na opinião dos analistas, a BRF tem dois grandes problemas para gerenciar: governança e melhoria operacional. Considerando tudo, o cenário base estima o EBITDA do primeiro trimestre em R$ 3,7 bilhões, 17% abaixo do consenso.
O BB-BI explica que, embora seja mais conservador ao considerar que as questões serão resolvidas no médio a longo prazo, está otimsita com a nova diretoria, esperando que ela contribua para uma recuperação significativa e uma recuperação dos lucros
Os analistas lembram também que no cenário internacional a BRF enfrentou um ambiente mais competitivo no Oriente Médio e restrições de importação da Europa e da Rússia. Já o mercado interno, o ambiente ainda é fraco para o consumo com excesso de oferta local, resultado do menor volume exportado.
Os números do primeiro trimestre devem ser divulgados no próximo dia 10, após o fechamento do mercado. Na visão do BB-BI, a indústria como um todo tem enfrentado um cenário com excesso de oferta, o que pressiona os preços e limitam o aumento de alimentos processados. Com isso,
No Brasil, a tentativa de aumentar os preços no primeiro trimestre pode ter sido ofuscada por volumes relacionados principalmente à realocação de produção destinada principalmente à Europa e à Rússia. Na opinião dos analistas, as restrições impostas devem continuar gerando custos e despesas mais elevados, impactando negativamente os resultados consolidados. A seca na Argentina e o consequente aumento dos custos de grãos na região também podem impactar as margens no trimestre.
Por outro lado, maiores volumes para a Ásia somaram-se a estoques mais padronizados no Oriente Médio e menores preços de grãos na base anula. Esses fatores podem compensar resultados negativos acima mencionados. Assim, a expectativa é para uma margem EBITDA de 9,8%, aumento de 250 pontos base maior no ano.
O BB-BI espera receita líquida de R$ 8,16 bilhões, contra R$ 7,8 no mesmo período do ano passado.