Oi adia balanço e propõe grupamento de ações na proporção 25:1
(Reuters) - O Banco Central está começando a vencer a batalha contra as altas expectativas de inflação, o que indica que a autarquia deve manter sua estratégia de política monetária atual para atingir seus objetivos, disse o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, nesta quarta-feira.
Falando a jornalistas em São Paulo, Mesquita afirmou que o banco tem observado uma desaceleração lenta da inflação no Brasil, projetando que o Banco Central não deve cortar a taxa de juros até pelo menos o primeiro trimestre do próximo ano.
"O Banco Central está começando a ganhar a batalha das expectativas (de inflação), isso é muito bom", disse Mesquita. "A política monetária está começando a colher os frutos do esforço todo que foi feito, o que na nossa cabeça é um estímulo para manter a postura atual".
No mês passado, o BC interrompeu o ciclo de altas dos juros básicos e decidiu de forma unânime manter a taxa Selic no patamar de 15%, prevendo em seguida uma manutenção desse nível por período "bastante prolongado", conforme os membros buscam a convergência da inflação para o centro da meta de 3%.
A autarquia também tem demonstrado preocupações com as expectativas de inflação desancoradas, a resiliência na atividade econômica e as pressões no mercado de trabalho.
Na frente das expectativas, entretanto, o BC tem recebido boas notícias vindas de sua pesquisa Focus com analistas. No levantamento divulgado nesta semana, os entrevistados reduziram a expectativa para a alta do IPCA em 2025 a 4,86%, de 4,95% antes, na 13ª baixa seguida.
Para 2026, a projeção caiu pela 6ª semana seguida, indo a 4,33%, de 4,40% no levantamento anterior.
Para além do nível restritivo dos juros, um outro motivo que tem levado ao alívio nas projeções de inflação neste ano é o enfraquecimento do dólar frente ao real nos últimos meses, em um movimento que ocorre na esteira da deterioração do valor da moeda norte-americana no mundo todo.
"O real se fortaleceu em linha com as outras moedas. Estamos vendo um episódio de enfraquecimento do dólar", afirmou Mesquita nesta quarta-feira. "Tem mais espaço para o dólar cair (globalmente). O dólar caindo, traria o real, mas não necessariamente trará".
O dólar acumula queda de 11,8% ante o real neste ano.
(Por Fernando Cardoso, em São Paulo)