Brasília, 28 mar (EFE).- O Banco Central (BC) elevou sua estimativa de inflação para este e o próximo ano, segundo o "Relatório trimestral de inflação" divulgado nesta quinta-feira, e previu um crescimento de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) também em 2013.
No relatório anterior, divulgado no final do ano passado, o BC não incluiu projeção para a economia deste ano, mas previu uma inflação de 4,8%.
A projeção divulgada hoje mostra que o Banco Central confia que a economia brasileira começará a reagir neste ano após a desaceleração que sofreu nos dois últimos como consequência da crise internacional.
Após ter registrado uma expansão de 7,5% em 2010, o PIB nacional só cresceu 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012.
"Essa projeção contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste ano, condizente com a retomada do investimento e com uma trajetória de crescimento mais alinhada com o crescimento potencial", disse o Banco Central em seu relatório.
A projeção da autoridade monetária para o crescimento do PIB neste ano é muito próxima aos 3% que até a semana passada era previsto pelos economistas dos bancos, mas muito inferior aos 4% esperados pelo Ministério da Fazenda.
Segundo o Banco Central, o crescimento será impulsionado pelo setor agropecuário, cuja produção crescerá 6% após ter se retraído 2,3% em 2012.
A indústria crescerá 2,3% após a retração de 0,8% do ano passado, e o setor de serviços expandirá 3,1% depois do leve crescimento de 0,7% em 2012.
O órgão também prevê que o consumo das famílias, motor da economia, passará dos 3,1% de 2012 para 3,5% em 2013 graças "à expansão moderada da oferta de crédito e à estreita margem de ociosidade do mercado de trabalho".
Quanto à inflação, o BC prevê que será de 5,7% neste ano e que cairá para 5,3% em 2014, - nos dois casos inferior às de 2012 (5,84%) e 2011 (6,5%).
As previsões são muito próximas das feitas pelos analistas do mercado, que projetam que os preços subirão 5,71% neste ano e 5,6% em 2014.
O aumento da inflação nos últimos meses se transformou em um desafio para o Banco Central, que pôs fim à política de redução gradual da taxa de juros com a qual pretendia impulsionar o crescimento econômico e que permaneceu inalterada em 7,25% anual desde outubro do ano passado. EFE