RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, afirmou que o banco tem espaço para elevar os desembolsos no próximo ano para além dos 70 bilhões de reais previstos para 2018, e deve ter como principal alavanca os empréstimos para área de infraestrutura.
No acumulado do ano até outubro, o BNDES desembolsou 10 por cento a menos que no ano passado, muito em razão da dúvidas dos empresários com o cenário político eleitoral. Dyogo Oliveira, contudo, acredita ser possível alcançar a meta de 70 bilhões de reais --menor nível de desembolso em quase 20 anos.
"A economia vai acelerar fortemente no ano que vem com o fim de incertezas desse ano; ano de eleição tem retração dos investimentos, mas o próximo ano já está contratada uma aceleração forte da economia e a gente já começa a perceber isso nas empresas e no BNDES", disse Dyogo Oliveira a jornalistas durante evento do banco no Rio de Janeiro.
"Acho que o BNDES pode ( em 2019) aumentar um pouco o desembolso", disse ele. "O que percebemos na margem ...é um avanço de desembolsos e aprovações."
O presidente do BNDES aposta no setor de infraestrutura, que tem uma enorme carência no Brasil. De janeiro a outubro, as aprovações de operações que no futuro podem resultar em financiamentos para a área de infraestrutura cresceram 28 por cento ante igual período de 2017.
"Há uma percepção de avanços nas aprovações para infraestrutura..., não há risco de falta de recursos para financiar", disse ele.
BNDESPAR
Dyogo Oliveira reforçou a estimativa de que o banco vai encerrar o ano com a venda de 12 bilhões de reais em ações da carteira de participações BNDESPar. Segundo ele, o braço de participações do banco já vendeu este ano mais de 8 bilhões de reais em participações acionárias e nos últimos dias houve um avanço em direção ao objetivo.
"Estamos mantendo o objetivo de 12 bilhões de reais, avançamos bastante e os números vamos divulgar em breve."
(Por Rodrigo Viga Gaier)