RIO DE JANEIRO (Reuters) - O BNDESPar confirmou nesta terça-feira que recebeu uma proposta da Paper Excellence para aquisição de sua participação na Fibria Celulose (SA:FIBR3), maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, que também está sendo cobiçada pela Suzano Papel e Celulose (SA:SUZB3).
A oferta da Paper Excellence é extensível ainda ao outro acionista do grupo controlador da Fibria, a Votorantim, por meio de direito de venda conjunta, mecanismo conhecido como tag along, disse o BNDESpar. Além disso, a proposta considera ainda a realização de oferta pública de aquisição (OPA) da totalidade das ações em circulação da Fibria.
A proposta é "condicionada à implementação de diversos eventos futuros, acerca dos quais não é possível prever qualquer conclusão neste momento", disse o braço de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em resposta a questionamento da B3.
Na véspera, três fontes disseram que a holandesa Paper Excellence apresentou uma oferta formal para comprar a Fibria, em uma proposta que avalia a empresa brasileira em 40 bilhões de reais.
Com a proposta, a Paper Excellence entra na disputa com a Suzano Papel e Celulose, que mantém suas negociações em andamento com BNDESPar e Votorantim.
"Reiteramos que, não obstante tais negociações, não há garantia de que qualquer negócio venha a se concretizar", disse o BNDESPar, no comunicado.
A oferta da Suzano para os acionistas da Fibria, segundo uma das fontes ouvidas na véspera, seria estruturada de forma diferente, como uma fusão oferecendo dinheiro apenas aos acionistas do grupo controlador, Votorantim e BNDES. A companhia resultante teria ativos da Fibria e da Suzano e alguns acionistas teriam a opção de sair de suas participações e receber em dinheiro.
Na semana passada, a Suzano reiterou que estava em tratativas com acionistas controladores da Fibria para discutir uma fusão.
As ações da Fibria, que fecharam o pregão de segunda-feira em alta de 2,95 por cento, subiam 0,37 por cento às 10h23. Já a Suzano, que caiu 4,45 por cento na véspera, avançava 2 por cento.
(Por Rodrigo Viga Gaier, texto de Flavia Bohone)