Por Ankit Ajmera e Eric M. Johnson
(Reuters) - A Boeing abandonou nesta quarta-feira sua perspectiva financeira de 2019, suspendeu a recompra de ações e anunciou 1 bilhão de dólares em aumento de custos devido à suspensão de sua aeronave mais vendida, o 737 MAX, após 2 acidentes em 5 meses.
A maior fabricante de aviões do mundo enfrenta uma das maiores crises em seus 103 anos de história após os desastres da Lion Air na Indonésia em 29 de outubro e da Ethiopian Airlines em 10 de março, que juntos mataram 346 pessoas.
A Boeing agora lida com um golpe em sua reputação e com o custo financeiro de colocar os aviões de volta no ar. Ela divulgou um lucro drasticamente abaixo das estimativas de Wall Street, em grande parte devido à interrupção das entregas dos jatos 737 MAX e a uma desaceleração na produção.
Investidores procuram respostas sobre como a Boeing planeja reparar sua imagem e evitar mais prejuízos financeiros. Um quadro mais completo não surgirá até o final do segundo trimestre, já que os cortes na produção do 737 não começaram até meados de abril.
A Boeing disse que divulgará nova previsão financeira quando tiver mais clareza sobre questões envolvendo o 737 MAX. Em janeiro, a empresa esperava uma receita anual de 109,5 bilhões a 111,5 bilhões de dólares e lucro básico por ação de 19,90 a 20,10 dólares.
O fluxo de caixa operacional do primeiro trimestre caiu para 2,79 bilhões de dólares, de 3,14 bilhões, abaixo da estimativa média de Wall Street de 2,82 bilhões de dólares.
A receita caiu 2 por cento, para 22,92 bilhões de dólares, abaixo da estimativa de analistas, de 22,98 bilhões de dólares.
Excluindo certos itens, o lucro principal da Boeing caiu para 3,16 dólares por ação no trimestre, ante 3,64 dólares por ação um ano antes, em linha com a estimativa média de analistas.