Por Eric M. Johnson
SEATTLE, Estados Unidos (Reuters) - A Boeing Co (NYSE:BA); (SA:BOEI34) entregou cerca de 60% menos aeronaves para clientes em 2020 do que 2019 e teve menos de um terço das entregas da rival Airbus, amargando o menor volume em 43 anos, segundo dados da empresa divulgados nesta terça-feira. O quadro de pedidos e entregas divulgado nesta terça-feira termina um ano em que a pandemia de coronavírus e a proibição de voos do 737 MAX por 20 meses impediram que as companhias aéreas adicionassem novos jatos às suas frotas. Além disso, pelo segundo mês seguido, a Boeing entregou zero 787 Dreamliners aos clientes diante das intensas inspeções sobre falhas recentes de produção que agravaram os atrasos trazidos pela pandemia.
No geral, a Boeing entregou 39 aviões a clientes em dezembro, incluindo 27 jatos 737 MAX, uma aeronave de patrulha marítima P-8 e 11 aviões de corredor duplo. No ano, a companhia entregou um total de 157 aviões. Em comparação, a Airbus (PA:AIR) registrou entregas mais fortes do que o esperado em 2020, de 566 jatos, permanecendo como maior fabricante de aviões do mundo. Mesmo assim, as entregas da Airbus caíram 34% em relação ao recorde do ano anterior.
A Boeing registrou 90 encomendas em dezembro, incluindo um acordo previamente anunciado com a companhia aérea europeia Ryanair (LON:RYA) envolvendo 75 jatos 737 MAX. O avião mais vendido da empresa foi autorizado a retomar o serviço em novembro nos EUA.
A Boeing também registrou pedidos de sete jatos MAX de compradores não identificados em dezembro, e de oito cargueiros 777 feitos pela DHL Express. Mas os novos pedidos foram eclipsados no mês passado, à medida que compradores desistiram de 105 jatos MAX e dois 787 encomendados, disse a Boeing. No ano, os pedidos brutos somaram 184 jatos, queda de 25% em comparação com 2019, e o menor desde 1994. Ajustado para padrões contábeis mais rígidos, cancelamentos e pedidos em que o comprador converteu para outro modelo, as encomendas líquidos de 2020 da Boeing passaram para 1.026 negativos no final do ano, de 1.048 negativos em novembro.
Os pedidos MAX cancelados, incluindo aqueles em que os compradores converteram para um modelo diferente, ficaram em 641. Considerando todos os aviões da Boeing, os cancelamentos somaram 655 encomendas.