Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 10 agosto (Reuters) - A Bovespa abriu a semana em alta, em meio a fortes ganhos em Wall Street e sem grandes novidades no fronte político local, com as ações da mineradora Vale e da estatal Petrobras (SA:PETR4) guiando os ganhos locais.
O Ibovespa subiu 1,6 por cento, a 49.353pontos. O giro financeiro totalizou 5,74 bilhões de reais.
Dados fracos do comércio exterior chinês alimentaram apostas de medidas para animar a segunda maior economia do mundo o que ajudou o norte-americano S&P 500 a subir 1,28 por cento, também influenciado pelo noticiário de fusões e aquisições.
O escasso noticiário político no Brasil corroborou a trégua na bolsa paulista, após o Ibovespa fechar na sexta-feira a maior queda diária desde janeiro, embora o mercado financeiro local siga pressionado, em meio ao clima de incertezas no país.
Profissionais leram o movimento do Ibovespa desta segunda-feira como pontual e técnico, não atrelado a fundamentos.
O Credit Suisse também chamou atenção em nota a clientes para o fato da bolsa brasileira voltar a negociar com múltiplos um pouco mais perto da média histórica de cinco anos, após fortes quedas recentes em dólar. No ano, o Ibovespa recua mais de 20 por cento em dólar, incluindo o desempenho desta segunda-feira.
Números corporativos também estiveram no radar, conforme se aproxima o fim da safra de balanços trimestrais, assim como afetaram os negócios operações visando os vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, que acontecem na quarta-feira.
DESTAQUES
=VALE (SA:VALE3) (SA:VALE5) endossou no viés ascendente, com ganho de 5 por cento para as ordinárias e de 3,6 por cento para as preferenciais classe A, em meio as expectativas acerca de estímulos na China. Relatório do Bank of America Merrill Lynch que elevou preços-alvos das ações da mineradora de 20 para 24 reais e dos ADRs de 6 para 6,50 dólares também ajudou as ações da companhia, embora tenha mantido o rating "underperform". Os papéis ON da mineradora também estão entre as ações difíceis de se encontrar para alugar, o que tende a dar suporte aos preços.
=PETROBRAS fechou com alta de 2,7 por cento para as preferenciais e de 3,8 por cento para as ordinárias, respondendo por relevante suporte para os ganhos do Ibovespa. Os preços do petróleo experimentaram uma trégua na trajetória de queda, fechando em forte alta nesta segunda-feira. Nem o corte na recomendação do Deutsche Bank para a ação da estatal para "venda" evitou a avanço dos papéis.
=ITAÚ UNIBANCO também ajudou o índice, com ganho de 1,3 por cento, dada a relevante participação que detém na composição do mesmo. BRADESCO subiu 1,2 por cento, após forte perda no último pregão.
=BB SEGURIDADE também foi destaque entre os ganhos, com acréscimo de 5,25 por cento, em véspera divulgação do balanço de segundo trimestre. O Credit Suisse também elevou recomendação para o papel a "outperform", com o analista da casa avaliando que se trata de uma das melhores opções defensivas para se estar posicionado nesse momento, uma vez que está claro que o cenário macroeconômico continuará desafiador.
=CCR e ECORODOVIAS avançaram 5 e 3,3 por cento, após quedas seguidas, beneficiadas pelo alívio nas taxas futuras de juros longas. No caso de CCR, há também expectativa para os números do segundo trimestre, previstos para após o fechamento do mercado.
=GAFISA caiu 4,3 por cento, após o balanço trimestral e executivos da companhia afirmarem que os segmentos Gafisa (SA:GFSA3) e Tenda devem manter no terceiro trimestre o mesmo nível de lançamentos de imóveis de abril a junho.
=SUZANO PAPEL E CELULOSE e FIBRIA caíram 2,8 e 2,2 por cento, em meio à queda de quase 2 por cento do dólar frente ao real, pesando na ponta negativa.
=ELETROPAULO, que não está no Ibovespa, recuou 2,7 por cento, após resultado do segundo trimestre que mostrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de 217 milhões de reais, ante um Ebitda negativo de 382,7 milhões de reais no mesmo período em 2014.