As bolsas europeias seguem em ritmo de baixa nesta terça-feira após terem caído cerca de 1% no pregão da segunda-feira. O mercado continua apreensivo por conta da guerra instaurada na Ucrânia após invasão da Rússia, que teve como consequência a aplicação de severas sanções à economia russa. Diante da dificuldade dos países chegarem a um acordo de cessar-fogo e continuidade do conflito bélico, o apetite por risco entre investidores permanece baixo, penalizando as ações.
Entre o último fim de semana e a segunda-feira, potências globais se uniram ao intensificar as sanções econômicas impostas à Rússia. Entre as medidas, foram congeladas reservas do Banco Central do país, companhias estatais e bancos foram impedidos de manter conexões com os principais mercados globais e oligarcas próximos ao presidente Vladimir Putin também sofreram bloqueios.
"Os mercados financeiros russos estão sob forte pressão das sanções do Ocidente, o que prejudicará significativamente o Produto Interno Bruto da Rússia - em até 4 a 6 pontos porcentuais em relação a um cenário pré-crise e de baixa plausível", diz a Oxford Economics, em relatório.
Segundo a casa, o PIB global também sofrerá com alguma desaceleração, mas concentrada na Europa por conta das ligações dos países do continente com a economia russa, além do aumento do preço do gás, principal fonte energética do continente.
Entre os primeiros efeitos das sanções, o rublo russo sofreu forte depreciação em sessões recentes e a bolsa de Moscou sequer abriu nesta semana até agora, de forma a evitar uma fuga de capital. Além disso, medidas contra empresas do país devem fazer com que o Kremlin separe até 1 trilhão de rublos da sua reserva para comprar ações das companhias, segundo reportagem da Reuters.
Em sessão no Parlamento Europeu nesta terça, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse estar contente com a resposta unificada da União Europeia (UE) e afirmou lutar para se tornar um "membro igual" da Europa. Na segunda-feira, o mandatário assinou solicitação formal para que seu país passe a integrar a UE.
A manhã também foi marcada pela divulgação de índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) industriais europeus, entre eles o da zona do euro, que caiu a 58,2 na leitura final de fevereiro. Já o da Alemanha baixou a 58,4 e o do Reino Unido avançou a 58,0 no mesmo período.
Nos mercados acionários, às 9h48 (de Brasília), o índice londrino FTSE 100 tinha baixa de 1,06%, o DAX recuava 2,74% em Frankfurt e o parisiense CAC 40 baixava 2,91.
Em Milão, o FTSE MIB cedia 2,56%.
Entre as praças ibéricas, o madrilenho IBEX 35 recuava 1,58% e o PSI 20 caía 0,51% em Lisboa.