As bolsas asiáticas fecharam com ganhos em sua maioria nesta quinta-feira, 24, um dia após a ata da reunião monetária mais recente do Federal Reserve (Fed) mostrar que os dirigentes da entidade defendem uma desaceleração no aperto das condições financeiras em breve. A sinalização por um Fed mais brando supera preocupações acerca da pandemia de covid-19 na China, que registrou nesta quinta seu maior número histórico de novos casos em um dia, o que obrigou autoridades a recrudescerem restrições.
De olho na situação da doença, o índice Xangai Composto fechou em baixa de 0,25%, a 3.089,31 pontos, mas foi exceção, com o menos abrangente Shenzhen Composto terminando o pregão em alta de 0,13%, a 1.998,14 pontos, e o Hang Seng, de Hong Kong, com ganhos de 0,78%, a 17.660,90 pontos.
O driver hoje foi o otimismo com a desaceleração do aperto monetário nos EUA, após a ata do Fed na véspera afirmar que a maioria dos dirigentes julgou que desacelerar o ritmo de alta de juros "provavelmente seria apropriado em breve". Segundo o ING, o documento foi uma surpresa dovish ao mostrar forte apoio à desaceleração do aperto monetário e "suporte mais fraco para a narrativa de 'mais alto por mais tempo'", do presidente Jerome Powell.
Em Hong Kong, os principais ganhos ficaram com o setor imobiliário, com Country Garden e Longfor Group disparando 20% e 12%, respectivamente. O movimento ocorreu após bancos estatais da China afirmarem que vão liberar ao menos 270 bilhões de yuans em crédito para o setor, que vive uma extensa crise de liquidez.
Já no Japão, o índice Nikkei fechou em alta de 0,95%, a 28.383,09 pontos, apesar do índice de gerentes de compras (PMI) do setor industrial do país cair abaixo de 50 em novembro, o que indica contração da atividade. Já o sul-coreano Kospi encerrou a sessão com ganhos de 0,96%, a 2.441,33 pontos, impulsionado pela moderação do aperto monetário local, após o BC da Coreia do Sul elevar os juros em 25 pontos-base, a 3,25%.
Os drivers positivos superaram preocupações quanto ao aumento de casos de covid-19 na China, que hoje atingiu o maior nível diário desde que a pandemia começou, em novembro de 2019. Em resposta, autoridades de Zhengzhou orientaram 6,6 milhões de habitantes da cidade a não saírem de casa pelos próximos cinco dias, em novo sinal de recrudescimento das restrições à mobilidade social no país.
Entre outros mercados asiáticos, o índice taiwanês Taiex fechou em alta de 1,20%, a 14.784,00 pontos, e o australiano S&P/ASX 200 subiu 0,14%, a 7.241,80 pontos.