Bolsonaro diz que ninguém pode obrigar vacinação e chama de imbecil quem o considera mau exemplo

Publicado 17.12.2020, 21:30
Atualizado 17.12.2020, 21:35
© Reuters. .

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - Ao mesmo tempo em que o Supremo Tribunal Federal (STF) formava maioria em torno da obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmava nesta quinta-feira que ninguém pode ser obrigado a se imunizar.

O presidente argumentou, em cerimônia de apoio ao setor produtivo, que a responsabilidade é da pessoa caso ela se infecte no futuro por não ter tomado a vacina, citando ainda que na negociação com Pfizer para a compra de vacinas não há uma responsabilização por qualquer efeito colateral.

"Peço a Deus que me oriente, como sempre tenho pedido, para tomar decisões, não ser levado por algum clima, como está acontecendo agora. De passagem eu perguntei para a Polícia Federal, o que está sendo votado no Supremo", disse Bolsonaro, acrescentando que ainda iria se informar melhor sobre o assunto.

"Ninguém pode obrigar ninguém a tomar a vacina... Se o cara não quer ser tratado, que não seja, eu não quero fazer uma quimioterapia e vou morrer, problema é meu, pô", afirmou.

O presidente, no entanto, disse que haverá disponibilização do imunizante para a população.

"A vacina, uma vez certificada pela Anvisa, vai ser extensiva a todos que queiram tomá-la. Eu não vou tomar."

Bolsonaro rebateu, em meio a xingamentos, as críticas de que estaria dando um "péssimo exemplo" ao dizer que não será vacinado, argumentando que já teve a doença causada pelo novo vírus.

"Alguns falam que estou dando um péssimo exemplo. Ô imbecil, ô idiota que está dizendo do péssimo exemplo, eu já tive o vírus, eu já tenho anticorpos, para que tomar de novo?", questionou.

Avocou, ainda, a tese da liberade individual para justificar uma recusa à imunização, acrescentando que não há uma ditadura em vigor no país.

O STF decidiu nesta quinta-feira que a vacina é obrigatória, mas não pode ser forçada. No lugar, segundo voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski, poderão ser impostas medidas restritivas a quem se recusar a ser imunizado.

Para os ministros da corte, a ideia de um bem maior comum, a ser proporcionado pela imunização coletiva, não pode ser sobreposto por questões individuais.

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