SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice acionário da B3 (SA:BVMF3) ensaiava um ajuste nesta terça-feira, após 11 pregões seguidos de ganhos e renovação de recordes, mas o movimento era contido pelo ingresso de recursos diante do otimismo externo e com o cenário local.
Às 11:51, o Ibovespa caía 0,28 por cento, a 79.158 pontos. O giro financeiro era de 1,63 bilhão de reais.
A proximidade do índice de referência da bolsa paulista dos 80 mil pontos abre espaço para ajustes, mas com o movimento limitado devido à manutenção do forte fluxo de investidores para a bolsa. Apenas nos três primeiros pregões do ano, saldo externo na bolsa teve entrada líquida de 1,59 bilhão de reais.
"As bolsas realizam lucros de curto prazo no intraday, absorvidos pelos recursos que estão ingressando e, em seguida, voltam a subir... O motivo segue sendo o reposicionamento de carteiras com assunção de maior volume de risco, tendo como pano de fundo a recuperação econômica global", escreveu o economista-chefe da corretora Modalmais, Alvaro Bandeira.
Localmente, o noticiário econômico também segue favorável, indicando um processo de recuperação, o que ajuda a manter o otimismo com o mercado acionário local.
Os dados de vendas no varejo em novembro no Brasil mostraram alta superior à espera em novembro e o melhor resultado para o mês em seis anos com o impulso da Black Friday e das festas de fim de ano. Em novembro, as vendas subiram 0,7 por cento ante o mês anterior, acima da estimativa em pesquisa Reuters, de alta de 0,2 por cento.
DESTAQUES
- VALE ON (SA:VALE3) subia 1 por cento em sessão positiva também para os contratos futuros do minério de ferro na China.
- CSN ON (SA:CSNA3) avançava 2,61 por cento, com o melhor desempenho entre as siderúrgicas, ainda diante da expectativa pela renegociação de dívidas com bancos locais e tendo no radar a notícia publicada pelo jornal O Estado de São Paulo de que a venda da fatia detida pela empresa na Usiminas tem chances de ocorrer em breve. As ações da Usiminas (SA:USIM5) tinham alta de 0,79 por cento, enquanto GERDAU PN (SA:GGBR4) recuava 0,65 por cento.
- FIBRIA ON (SA:FIBR3) subia 1,63 por cento e SUZANO PAPEL E CELULOSE ON (SA:SUZB3) tinha alta de 0,47 por cento, em mais uma sessão positiva para os papéis das duas empresas, ainda na esteira das perspectivas positivas para preços da celulose, principalmente em 2019 e 2020.
- ELETROBRAS ON (SA:ELET3) caía 2,88 por cento e ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) tinha queda de 3,47 por cento, tendo no radar a possibilidade de aumento de custos para a elétrica, após nova fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sinalizar a possibilidade de cobrança de mais 1 bilhão de reais.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) recuava 0,06 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) tinha baixa de 0,22 por cento, na contramão dos preços do petróleo no mercado internacional, buscando ajuste após os ganhos recentes que levaram os papéis preferenciais a encerrar o pregão passado no patamar dos 17 reais pela primeira vez desde o início de novembro.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) caía 0,93 por cento, ajudando a tirar fôlego do índice devido ao peso em sua composição. ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4), também de peso relevante no Ibovespa, tinha movimento mais contido, com baixa de 0,49 por cento.
(Por Flavia Bohone)