Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 fechou praticamente estável nesta sexta-feira, em sessão marcada por forte noticiário corporativo, com destaque para o anúncio da fusão entre a Suzano (SA:SUZB3) e a rival Fibria (SA:FIBR3) para criar a maior produtora mundial de celulose de mercado.
O Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,05 por cento, a 84.886 pontos.
O volume financeiro somou 17,4 bilhões de reais, impulsionado pelas operações com os papéis de Suzano e Fibria, além de ajustes relacionados ao rebalanceamento do índice FTSE All World, que inclui ações brasileiras.
Na semana, o Ibovespa contabilizou queda de 1,7 por cento.
O analista Christian Lupinacci, da Terra Investimentos, afirmou que o anúncio da fusão entre Suzano e Fibria foi um dos destaques da sessão, mas ele também atrelou o comportamento do Ibovespa a movimentos relacionados ao vencimento de opções sobre ações que ocorre na bolsa brasileira na segunda-feira.
O exercício tem entre suas séries mais líquidas papéis com relevante peso no Ibovespa e costuma adicionar volatilidade ao pregão.
Lupinacci ainda chamou atenção para a pouca volatilidade nos índices acionários norte-americanos, em sessão com vencimentos de contratos futuros e de opções em Nova York, o que ajudou a deixar o dia na bolsa brasileira mais travado, sem uma direção firme, dada a correlação relevante entre o mercado local e o norte-americano.
DESTAQUES
- SUZANO ON disparou 21,79 por cento e respondeu pelo maior volume financeiro negociado na bolsa, de 1,25 bilhão de reais, após anúncio de fusão com a rival FIBRIA, que despencou 10,22 por cento. Fibria movimentou 942 milhões de reais. Analistas do Credit Suisse afirmaram em nota a clientes que, nos preços atuais, a transação era mais favorável aos acionistas minoritários da Suzano do que da Fibria. De acordo com a Suzano, a estimativa de analistas de ganhos com sinergia na fusão entre 8 bilhões e 10 bilhões de reais é conservadora. Na máxima, as ações ordinárias da Suzano saltaram 30,77 por cento, para 30,60 reais, maior cotação intradia da história do papel.
- ESTÁCIO ON saltou 8,98 por cento, em meio à repercussão favorável do resultado do quarto trimestre da companhia de ensino, com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subindo 87 por cento ante o último trimestre de 2016, para 238,4 milhões de reais, com a margem Ebitda ajustada subindo 12,4 pontos percentuais, para 28,4 por cento.
- KROTON ON (SA:KROT3) caiu 2,55 por cento, perdendo o fôlego mais positivo da abertura, também tendo no radar balanço trimestral, com a lucro líquido ajustado de 488,64 milhões de reais nos últimos três meses de 2017, praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior. A maior empresa de educação superior privada do Brasil disse que está preparando as primeiras aquisições na área de ensino básico para meados deste ano.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 0,26 por cento, mas ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,41 por cento, pesando no Ibovespa, em razão do forte participação na composição da carteira.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 0,56 por cento, após fortes perdas na véspera na esteira da divulgação do resultado com prejuízo. PETROBRAS ON (SA:PETR3) avançou 1,08 por cento. No exterior, os preços do petróleo fecharam em alta.
- BRF ON (SA:BRFS3) encerrou em baixa de 1,07 por cento, longe da mínima da sessão, quando caiu mais de 6 por cento, pressionada pela reação negativa à decisão do Ministério da Agricultura de interromper temporariamente a produção e certificação sanitária de produtos de aves da companhia exportados do Brasil para a União Europeia. O Ministério da Agricultura espera resolver a questão em até 30 dias, disse nesta sexta-feira o secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Luiz Eduardo Rangel.
- QUALICORP ON (SA:QUAL3) desabou 11,68 por cento, maior queda do Ibovespa, após resultado trimestral com queda na receita. Analistas do Credit Suisse cortaram a recomendação das ações para 'neutra' ante 'outperform' e reduziram o preço-alvo para 29 reais ante 42 reais anteriormente.