SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em baixa nesta segunda-feira, com o mercado preocupado sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira por conta da possibilidade de racionamento de energia, e sobre o cenário desfavorável para commodities.
O Ibovespa caiu 0,41 por cento, a 48.576 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 4,7 bilhões de reais.
Na mínima do dia, o índice chegou a cair 1,58 por cento, mas devolveu parte das perdas sustentado pela alta das ações de Itaú Unibanco e Bradesco.
"A queda (do Ibovespa) está muito atrelada ao fato de o mercado já estar colocando no preço o medo de um racionamento (de energia) e como isso pode interferir na atividade econômica. A pesquisa Focus desta segunda serviu como a cereja do bolo para tudo isso", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo.
O relatório Focus divulgado nesta manhã mostrou que a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil em 2015 despencou a 0,13 por cento, contra 0,38 por cento no levantamento anterior, na quarta semana seguida de revisão para baixo das previsões. [nL1N0V50D6]
Somando-se ao noticiário negativo, o preço do minério de ferro no mercado à vista da China atingiu nova mínima de cinco anos e meio. Citando a queda dos preços do minério no mercado mundial, a agência de classificação Standard & Poor's reduziu o rating de longo prazo em moeda estrangeira da mineradora Vale na sexta-feira, o que levou as ações da empresa a caírem mais de 4 por cento neste pregão. [nL1N0V50FM]
A Bradespar, que tem investimentos na mineradora brasileira, teve a segunda maior baixa do Ibovespa, de 6,22 por cento. A PDG Realty, do setor imobiliário, teve a maior queda percentual do dia, de 13 por cento.
Participantes do mercado também viram certa aversão ao risco na bolsa por conta da expectativa pelo balanço do terceiro trimestre da Petrobras, que pode ser divulgado na terça-feira; e a situação da Grécia, com a vitória do partido esquerdista Syriza na eleição, que pode gerar instabilidade na zona do euro. As bolsas europeias, contudo, fecharam o dia em alta, ainda repercutindo o anúncio do programa de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE).
No terreno positivo, destaque para as ações de educação, que se recuperam de quedas recentes, e do setor de papel e celulose. Suzano subiu 2 por cento, com a expectativa de redução do endividamento da companhia.
(Por Priscila Jordão)