SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista não mostrava tendência firme nesta quarta-feira, com investidores mais contidos após a alta superior a 3 por cento da véspera, que levou o indicador a atingir nova máxima histórica de fechamento, o que abria espaço para algum movimento de ajuste.
Às 12:05, o Ibovespa subia 0,13 por cento, a 76.865 pontos, tendo avançado na máxima até o momento 0,27 por cento, para novo recorde histórico intradia a 76.966 pontos. O giro financeiro era de 3,11 bilhões de reais.
O cenário econômico local, que mostra sinais de início de um processo de recuperação, aliado à alta liquidez no exterior tem ajudado a manter o viés positivo para o mercado acionário brasileiro, ainda que existam ajustes pontuais.
"A forte alta de ontem pode chamar pressão vendedora, mas ficamos na dependência de fluxo de recursos ingressando. A tendência segue sendo de alta de mais longo prazo", escreveu o economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira.
No exterior, os investidores seguem em busca de sinalizações que possam indicar o avanço do aperto monetário nos Estados Unidos e na Europa.
Neste sentido, foi divulgado nesta manhã que o setor privado dos EUA criou 135 mil postos de trabalho em setembro, um pouco acima das expectativas dos economistas consultados pela Reuters, de 125 mil, mas ainda indicando o menor avanço desde outubro de 2016. O dado antecede os números mais amplos para o mercado de trabalho norte-americano, que serão divulgados na sexta-feira.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 0,69 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) recuava 0,78 por cento, em movimento de ajuste após alta expressiva da véspera, quando as ações PN avançaram 3,77 por cento, na esteira da declaração do ministro de Minas e Energia, de que uma eventual privatização da petroleira pode "acontecer" no futuro, embora ele tenha posteriormente afirmado que o assunto não deve ser pauta do atual governo.
- SABESP ON (SA:SBSP3) recuava 0,5 por cento, tendo como pano de fundo o recente adiamento do cronograma para divulgação da segunda revisão tarifária, com o prazo para aprovação e divulgação do Relatório Circunstanciado e da Nota Técnica Final, que se encerraria nos dias 2 e 3 de outubro, estendido para 10 de outubro.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) recuava 0,43 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN tinha baixa de 0,09 por cento, após as fortes altas da véspera e ajudando a tirar fôlego do Ibovespa devido ao peso dessas ações em sua composição.
- VALE ON (SA:VALE3) subia de 0,95 por cento, tendo como pano de fundo a melhora do rating pela agência de classificação de risco Fitch, de "BBB" para "BBB+", com a alteração da perspectiva de negativa para estável.
- USIMINAS PNA (SA:USIM5) engatava o quarto pregão em alta e subia 4,16 por cento, após ter avançado 9,76 por cento apenas na véspera e acumulado alta de pouco mais de 14 por cento nos três pregões anteriores. Os papéis seguem amparados nas expectativas positivas para a economia global, diante de indicadores recentes sinalizando recuperação da atividade industrial na China e na zona do euro. Neste mês, a XP Investimentos incluiu o papel em sua carteira recomendada, citando que as quedas vistas no fim de setembro abriram oportunidade de compra e que os últimos resultados da empresa mostram que o pior ficou para trás.
- ECORODOVIAS ON (SA:ECOR3) subia 2,55 por cento, reagindo à possibilidade de expansão de rodovias sob sua administração, após o jornal O Estado de S. Paulo noticiar que a empresa fechou acordo de exclusividade para a compra da MGO Rodovias, que administra a BR-050 entre Minas Gerais e Goiás. Segundo analistas da Coinvalores, a aquisição seria bem relevante, "considerando que hoje a Ecorodovias tem 1.792 km de rodovias sob sua administração e o trecho administrado pela MGO tem 436,6 km".
(Por Flavia Bohone)