SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 abandonava a tentativa de melhora e tocava mínimas da sessão nesta terça-feira, caindo cerca de 1 por cento, em meio a piora generalizada no pregão, com as ações de bancos privados entre as maiores pressões negativas.
Às 12:36, o Ibovespa caía 1,07 por cento, a 77.758 pontos, perto da mínima da sessão (77.406 pontos).
Mais cedo, ajudado pelas ações de siderúrgicas e mineradoras, o índice subiu 0,4 por cento, máxima até o momento.
O volume financeiro no pregão somava 4,6 bilhões de reais.
De acordo com profissionais da área de renda variável, a bolsa segue fragilizada pela saída de estrangeiros, com maio registrando saldo negativo de 8,4 bilhões de reais e junho começando com saída líquida de quase 1 bilhão de reais.
Além disso, permanece o receio com o desfecho das eleições em outubro, com nova pesquisa mostrando os pré-candidatos considerados reformistas pelo mercado mostrando desempenho fraco, enquanto nomes de oposição, vistos como 'mais arriscados' ganhando espaço na preferência dos eleitores.
A disparada do dólar ante o real também pesava no pregão de acordo com um dos gestores ouvidos pela Reuters. Na máxima, a moeda norte-americana subiu 1,7 por cento, a 3,8076 reais, mas reduziu o avanço com a atuação do Banco Central.
"Há também o impasse em resolver a questão relacionada aos preços dos combustíveis, o que acaba pesando em Petrobras, papel com peso relevante no Ibovespa", disse o gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores.
No final da manhã, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que não há espaço para subsídio para a gasolina.
No exterior, o índice MSCI de ações de mercados emergentes caía 0,14 por cento, enquanto o dólar tinha leve alta ante uma cesta de moedas.
Em Wall Street, os principais índices acionários tinham leves variações, sem direção única.
DESTAQUES
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) caía 2,78 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) recuava 1,76 por cento, em meio à piora no pregão, pesando no Ibovespa dada a elevada participação que ambos detêm no índice. BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) perdia 2,44 por cento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) caíam 0,91 e 0,9 por cento, em sessão sem viés definido, enquanto seguem as incertezas em relação à autonomia da petroleira de controle estatal. Investidores seguem monitorando notícias sobre a política de preços da companhia.
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) e ELETROBRAS ON (SA:ELET3) recuavam 6,4 e 5,35 por cento, após decisão do Tribunal Regional do Trabalho 1ª Região suspendendo o processo de privatização de distribuidoras de eletricidade da companhia que atuam no Norte e Nordeste.
- MAGAZINE LUIZA (SA:MGLU3) caía 2,7 por cento, em sessão negativa para o setor de consumo como um todo, tendo ainda no radar relatório do Credit Suisse cortando a recomendação das ações para 'neutra', embora os analistas sigam positivos sobre o desempenho da varejista.
- GERDAU PN (SA:GGBR4) valorizava-se 2,3 por cento, em sessão de alta das siderúrgicas, tendo como pano de fundo relatório do Morgan Stanley (NYSE:MS) elevando a classificação das ações para 'overweight', com preço-alvo de 19 reais ante 18,3 reais anteriormente. O papel fechou a segunda-feira a 15,87 reais. CSN (SA:CSNA3) avançava 2,6 por cento e USIMINAS (SA:USIM5) tinha alta de 0,85 por cento.
- VALE (SA:VALE3) subia 1,33 por cento, em meio à alta do preço do minério de ferro à vista na China.
(Por Paula Arend Laier)