Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou nesta quinta-feira em queda pela primeira vez na semana, em meio a um movimento de realização de lucros guiado por ações de bancos e da Petrobras, com o tombo de Kroton reforçando o viés de baixa, após a empresa de educação divulgar projeções pouco otimistas para o ano.
O Ibovespa encerrou em baixa de 1,11 por cento, a 50.953 pontos, interrompendo uma sequência de três altas seguidas, em que acumulou elevação de 6 por cento.
O volume financeiro somava 5,7 bilhões de reais.
"A bolsa está corrigindo um pouco o movimento dos últimos dias, mas o efeito da apreciação do dólar em ações de exportadores como JBS e Embraer impede uma realização de lucros mais forte", disse o analista de renda variável Fabio Lemos da gestora São Paulo Investments.
Nesta sessão, a moeda norte-americana encerrou em alta de 2,56 por cento, a 3,2965 reais, maior nível de fechamento desde 1º de maio de 2003, depois de chegar a 3,3084 reais na máxima da sessão.
Ao mesmo tempo, o nível do Ibovespa em dólar ainda deixa a bolsa brasileira atrativa ao estrangeiro.
Em 2015, o principal índice da Bovespa acumula queda de quase 20 por cento em dólar, enquanto em real o desempenho está positivo em quase 2 por cento.
As preferenciais da Petrobras fecharam em queda de 3,99 por cento e as ordinárias caíram 4,40 por cento, em sessão de declínio do preço do petróleo no exterior. Até a véspera, os papéis acumulavam alta de cerca de 11 por cento na semana.
Bancos também pesaram, com Bradesco recuando 1,68 por cento, enquanto Itaú Unibanco caiu 0,61 por cento. Os dois juntos respondem por quase 20 por cento do Ibovespa. Banco do Brasil recuou 4,45 por cento, acentuando a pressão.
O destaque negativo foi Kroton, que fechou em queda de 6,36 por cento, após o presidente da empresa, Rodrigo Galindo, prever, em teleconferência sobre resultado trimestral, queda de até 5 por cento na captação de alunos presenciais no primeiro semestre deste ano.
Ainda no setor de educação, Estácio recuou 5,33 por cento. A empresa divulga resultado ainda nesta quinta-feira.
Na contramão, as companhias de papel e celulose também encontraram suporte na alta do dólar, com Fibria subindo 3,09 por cento e Suzano avançando 5,96 por cento, com o noticiário desta última ainda incluindo venda de fábrica de papel.
Sabesp avançou 1,02 por cento após fechar acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e a Secretaria de Saneamento e Energia de São Paulo para equacionar o recebimento de dívidas de 1,01 bilhão de reais.