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Bovespa recua após decisão da S&P, mas exportadoras limitam queda com alta do dólar

Publicado 10.09.2015, 11:25
Atualizado 10.09.2015, 11:28
© Reuters.  Bovespa recua após decisão da S&P, mas exportadoras limitam queda com alta do dólar
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO(Reuters) - A Bovespa trabalhava no vermelho na manhã desta quinta-feira, após a agencia de classificação de risco Standard & Poor's retirar o selo de bom pagador do Brasil e manter a perspectiva negativa, o que indica possível novo rebaixamento adiante.

A pressão vendedora na bolsa local tinha seu efeito atenuado pela alta de papéis de companhias que se beneficiam da valorização do dólar, principalmente exportadoras. A moeda norte-americana subia cerca de 2 por cento ante o real, para perto de 3,88 reais, tendo atingido 3,91 reais na máxima desta manhã.

Às 11:15, horário de Brasília, o Ibovespa caía 1,56 por cento, a 45.930 pontos. Na mínima até esse horário, o Ibovespa caiu 2,3 por cento. O volume financeiro somava 1,8 bilhão de reais.

A agência de classificação de risco S&P 500 cortou na quarta-feira, após o fechamento dos mercados, o rating do país para "BB+" ante "BBB-", dias após o governo prever um inédito déficit primário na proposta orçamentária de 2016.

Além de remover do Brasil o grau de investimento, a S&P sinalizou que pode colocar o país ainda mais para dentro do território especulativo, ao manter a perspectiva "negativa" para a nota de crédito brasileira.

De acordo com o Credit Suisse, agentes de mercado já incorporavam uma elevada probabilidade de rebaixamento pela S&P após o envio da proposta do Orçamento para 2016 com déficit, mas o momento da decisão da agência de risco e a manutenção da perspectiva "negativa" foram inesperados.

"A decisão de manter a perspectiva negativa, em particular, mostra que a agência de classificação atribui uma probabilidade significativa de 'uma maior deterioração da posição fiscal do Brasil', com 'potenciais reversões de políticas chave', quer devido à 'falta de coesão dentro do gabinete da presidente' ou 'maior turbulência econômica' do que o esperado", disse.

Na visão da área econômica do banco, comandada por Nilson Teixeira, outras importantes agências de risco devem seguir a S&P e revisar o rating soberano do Brasil.

Em nota a clientes, o Bank of America Merril Lynch destacou que, historicamente, as bolsas recuam até 3 por cento após um rebaixamento de um país para crédito especulativo pela S&P.

"Entre os maiores países que já são classificados como 'junk'", seis estão nesse nível desde 2002 (Bulgária, Croácia, Egito, Grécia, Portugal e Rússia). A maior parte da reação do mercado aconteceu, de modo geral, no dia após o rebaixamento, quando as ações caíram na média até 3 por cento em dólar.

DESTAQUES

=PETROBRAS mostrava as preferenciais caindo 4,29 por cento e os papéis ordinários perdendo 3,10 por cento, conforme o rebaixamento do rating brasileiro aprofunda a dificuldade de algumas empresas que são grandes tomadoras de financiamentos, como é o caso da estatal.

=BANCO DO BRASIL caía 5,13 por cento, guiando as perdas do setor bancário no Ibovespa após a decisão da S&P. ITAÚ UNIBANCO recuava 3,22 por cento, BRADESCO cedia 4,06 por cento e SANTANDER BRASIL tinha variação negativa de 0,07 por cento.

=VALE abriu em queda, mas passou ao território positivo, com alta de 1,56 por cento nos papéis preferenciais de classe A, enquanto as ações ordinárias avançavam 2,78 por cento, com a pressão vendedora pela decisão da S&P amortecida pela alta dos preços do minério de ferro no mercado à vista da China para a máxima de 10 semanas e o dólar em alta frente ao real.

=EMBRAER avançava 1,98 por cento e JBS ganhava 2,18 por cento, beneficiadas pela alta do dólar frente ao real. O câmbio também ajudava as fabricantes de celulose FIBRIA e SUZANO PAPEL E CELULOSE, que exibiam valorização de 0,86 e de 0,85 por cento, respectivamente.

=COPEL avançava 0,30 por cento, uma vez que se trata de uma das beneficiadas pela decisão do plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) na quarta-feira, que revogou medida cautelar que impedia o Ministério de Minas e Energia de renovar, sem licitação, os contratos de concessão de 39 distribuidoras de energia elétrica que vencem entre 2015 e 2017.

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