Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista subiu nesta terça-feira, encerrando o mês com alta acumulada de 7,4 por cento, no primeiro desempenho positivo para janeiro desde 2012, mas abaixo da marca de 66 mil pontos atingida na semana passada, quando renovou as máximas em quase cinco anos.
O Ibovespa subiu 0,57 por cento na sessão, a 64.670 pontos. Na máxima do dia, o índice subiu 0,93 por cento, a 64.900 pontos. O giro financeiro na sessão somou 6,42 bilhões de reais, abaixo da média diária de 6,89 bilhões de reais em 2017 apurada até 27 de janeiro.
O Ibovespa recuperou em parte as perdas registradas na véspera, quando um forte movimento de realização de lucros fez o índice recuar 2,6 por cento, em pregão marcado por ajustes de posições típicos do fim de mês e beneficiado pela firmeza das commodities, em especial do petróleo.
Indicadores de confiança mais positivos no Brasil também contribuíram para o viés positivo da Bovespa nesta terça-feira, disseram participantes do mercado.
O Ibovespa reagiu em janeiro principalmente ao cenário internacional, uma vez que o recesso parlamentar e do Judiciário enfraqueceu o noticiário doméstico.
Com a retomada dos trabalhos do Congresso e do Judiciário na quarta-feira, a expectativa é de que a política volte a pautar as negociações na bolsa paulista, com as atenções voltadas no curto prazo para escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) e para a eleição da presidência do Senado e da Câmara dos Deputados.
DESTAQUES
- BR MALLS ON avançou 7,71 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, beneficiada por indicadores positivos sobre a confiança do empresariado. Operadores citaram ainda movimentações de compra para zerar posições de aluguel nas ações da empresa.
- CEMIG PN subiu 6,9 por cento, registrando a segunda maior alta do índice, com investidores atentos a notícias envolvendo uma possível privatização da elétrica mineira. Na segunda-feira, a revista Época publicou que a União exigiria a privatização da empresa para socorrer o Estado. Mas, conforme a Reuters apurou junto a uma fonte com conhecimento direto do assunto, o governo mineiro não tem planos de vender a participação na elétrica. Depois do fechamento do mercado, a Cemig (SA:CMIG4) disse em comunicado não ter conhecimento da existência de um processo de privatização.
- PETROBRAS PN subiu 1,21 por cento, e PETROBRAS ON ganhou 0,31 por cento, acompanhando as cotações internacionais do petróleo. Também no radar estava a informação de que a Justiça negou recurso da estatal e manteve a suspensão de procedimentos para a venda de participação acionária na sua subsidiária de combustíveis, a BR Distribuidora, conforme documento judicial ao qual a Reuters teve acesso.
- VALE PNA avançou 0,36 por cento, e VALE ON cedeu 0,22 por cento, em um pregão sem a referência dos preços do minério de ferro na China, cujos mercados estão fechados nesta semana em razão do feriado do Ano Novo Lunar.
- CIELO ON recuou 0,86 por cento, devolvendo os ganhos da abertura, após o presidente-executivo, Eduardo Gouveia, afirmar que a empresa de meios de pagamento eletrônicos pode ter queda nas margens de receitas com taxas cobradas de lojistas em 2017. O anúncio foi feito depois que a Cielo (SA:CIEL3) reportou crescimento de 18 por cento no lucro líquido do quarto trimestre, para 1,064 bilhão de reais.
- FIBRIA ON recuou 7,06 por cento, no pior desempenho do Ibovespa, depois de anunciar resultado mais fraco que o esperado para o quarto trimestre. A maior produtora de celulose de eucalipto do mundo amargou um prejuízo líquido de 92 milhões de reais entre outubro e dezembro de 2016 devido à queda do dólar e aos custos maiores. SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA apareceu na sequência, com baixa de 3,74 por cento, e KLABIN UNIT teve variação negativa de 1,04 por cento.