SÃO PAULO (Reuters) -A Braskem (BVMF:BRKM5) vai investir 15% menos em 2023 em relação ao montante de 1 bilhão de dólares aplicado em 2022, afirmou o diretor financeiro da empresa, Pedro Teixeira de Freitas, em conferência com jornalistas nesta quinta-feira.
"Diante do ciclo de baixa da petroquímica em 2023, o foco é em disciplina de custos, preservação financeira e priorização seletiva de investimentos", disse o executivo.
Freitas afirmou ainda que a Braskem pretende monetizar uma série de "ativos ilíquidos" este ano, como créditos tributários, o que deve gerar um impacto positivo na geração de caixa de 100 milhões a 200 milhões de dólares.
A companhia publicou na madrugada desta quinta-feira prejuízo líquido de 1,71 bilhão de reais para o quarto trimestre do ano passado, ante 530 milhões no ano anterior, em um resultado marcado por demanda e margens menores.
Freitas comentou que após o fim em dezembro das severas medidas de isolamento social na China devido à Covid, o mercado petroquímico "vem reagindo" e afirmou que o 2023 será um ano de recuperação na demanda, mas de maneira "constante e não acelerada".
As ações da maior petroquímica da América Latina exibiam queda de 2,2% às 11h36, enquanto o Ibovespa mostrava desvalorização de 0,6%.
A Braskem terminou o quarto trimestre com participações no mercado brasileiro abaixo de níveis históricos. Em polietileno, a fatia da empresa no mercado nacional foi de 54% e em polipripileno foi de cerca de 50%, ante mais de 60% e cerca de 80%, respectivamente, em termos históricos, disse Freitas.
O executivo afirmou que a Braskem tem por objetivo recuperar sua participação no mercado nacional perdida para material importado e que está mantendo em abril preços de março em seus produtos.
A Braskem tem programadas para este ano uma série de paradas para manutenção em suas instalações no Brasil, e Freitas destacou entre elas investimento de 100 milhões de dólares a ser aplicado na Bahia no segundo semestre.
(Por Alberto Alerigi Jr.; edição de Pedro Fonseca)