Investing.com – Analistas elogiaram o processo de recuperação da BRF (BVMF:BRFS3), indicando que o plano para otimizar as operações deve continuar a apresentar bons frutos. O mercado também reagiu bem ao balanço da produtora de alimentos, com ações subindo 5,79% às 14h31 (de Brasília) desta terça-feira, 15, a R$10,42.
Ainda assim, a empresa reportou um prejuízo líquido das operações continuadas de R$1,33 bilhão, piora de 196,4% frente ao segundo trimestre do ano passado e de 30,6% ante os primeiros três meses deste ano. O consumo de caixa piorou 5645,2% na base anual, mas teve melhora trimestral de 30,7%.
Mesmo enfrentando excesso de oferta global de proteína, a BRF vem colhendo benefícios de seu plano de eficiência, com expansão das margens. “A melhora dos indicadores operacionais, o bom desempenho da categoria de processados no Brasil e o aumento gradativo dos preços em dólar contribuíram para a recuperação das margens”, destacou a companhia em seu release de resultados.
Por isso, o Itaú BBA considera que esse seria o “melhor ponto de partida para navegar na onda de deflação de custos no segundo semestre deste ano”. Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o Itaú BBA considerou os resultados como positivos, com indicadores avaliados como fortes em todos os segmentos, levando a um EBITDA ajustado de R$ 963 milhões, 19% acima das projeções do banco.
“O plano de melhoria operacional da BRF roubou a cena no 2T23, contribuindo com R$ 540 milhões em eficiências e indicando que a administração está no caminho certo para entregar uma perspectiva de rentabilidade mais otimista à frente”, apontam os analistas, que acreditam que o balanço marca “um ponto de partida melhor do que o esperado para o 2S23, quando a BRF deve aumentar ainda mais a tendência de lucratividade, apoiada pelo benefício de menores custos de grãos”. O Itaú BBA possui classificação market perform para as ações, com preço-alvo de R$9.
Enquanto isso, o banco BTG (BVMF:BPAC11) avaliou o trimestre como decente frente ao esperado e concorda que haveria sinais de uma recuperação cíclica, mas pondera que a queima de caixa continua, com FCF negativo em R$591 milhões. No entanto, os analistas afirmam que a consistência está começando a aparecer nos resultados, ainda que haja um longo caminho pela frente.
O BTG possui classificação neutra para as ações, com preço-alvo de R$12, até que sejam visíveis ganhos de eficiência e os benefícios de uma base de acionistas renovada, mas diz que não pode deixar de lado o cenário de margens mais favoráveis. “Os resultados do segundo trimestre ainda não refletiram totalmente isso, mas acreditamos que a recuperação da margem impulsionada pelos custos está prestes a se intensificar durante o 2S23, melhorando ainda mais a dinâmica de ganhos. Para uma ação que historicamente foi negociada de forma pró-cíclica, nós acreditamos que isso deve pelo menos fornecer uma almofada para as ações”, concluem os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin.