Investing.com - Com a divulgação do balanço do terceiro trimestre, que mais uma vez veio abaixo do esperado pelo mercado, as ações da BRF (SA:BRFS3) operam em queda de 1,75% a R$ 21,85 na bolsa paulista. No período, as perdas foram de R$ 812 milhões, ante uma expectativa de R$ 443 milhões de perdas.
Os embargos comerciais e a queda nas vendas estão pesando sobre esforços de gestão para transformar a empresa dona das marcas Sadia e Perdigão.
O BTG Pactual (SA:BPAC11) louva a estratégia da nova administração da companhia, com foco crescente na venda de ativos e na resolução de ineficiências, promovendo ao mesmo tempo uma gestão mais estável e uma nova cultura. Os analistas acreditam que o preço das ações ainda pode evoluir, fazendo com que seja mantida a recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 21,00.
A equipe avalia que o resultado do trimestre foi “bagunçado” com ajustes de R$ 189 milhões antes de chegar ao EBITDA de R$ 604 milhões, o que prejudicou as estimativas dos analistas, com a margem pior e a alavancagem de quase 7 vezes, enquanto a receita aparece um pouco acima do esperado e é o único destaque positivo no consolidado..
Em relatório que acompanha o demonstrativo financeiro, a companhia atribui o resultado a fatores como desempenho operacional pressionado pelo aumento do preço dos grãos e maiores despesas com vendas, despesas não recorrentes de R$ 188 milhões relacionadas à Operação Carne Fraca/Trapaça, da Polícia Federal, além de greve dos caminhoneiros e reestruturação corporativa, bem como impacto do câmbio sobre dívidas e da hiperinflação na Argentina.
Outro fator citado foi a provisão de perda de Imposto de Renda (IR) diferido sobre prejuízo fiscal da subsidiária SHB, no valor de R$ 176 milhões. De acordo com a BRF, a subsidiária será reincorporada à controladora em 31 de dezembro de 2018, para “simplificação e a otimização da estrutura societária, operacional e tributária da BRF.”