Investing.com - O BTG Pactual elevou o preço-alvo para as ações da Petrobras pela primeira vez em 2020, acreditando que o pior momento do mercado de petróleo já passou e que a companhia tem resiliência para superar a crise.
O banco elevou para US$ 10, de US$ 9, o preço-alvo das ADRs PBR negociadas em Nova York. No começo do ano, antes da crise de sobreoferta no mercado global de petróleo e da deterioração da demanda com a pandemia do coronavírus, o alvo da ação era US$ 19. As ações preferenciais no Brasil saíram de R$ 21 para R$ 28.
As ADRs da petrolífera brasileira eram negociadas em alta de 1,6%, a US$ 7,1 por ação, enquanto PETR3 avançava 0,5%, a R$ 19,98; e PETR4 subia 0,1%, a R$ 19,32, às 12h30 (horário de Brasília). No ano, a variação dos papéis foi de -55,4%, -37,88% e -36,08, respectivamente, até o fechamento de quarta-feira.
Após um período de forte volatilidade devida aos impactos da covid-19 no consumo global de combustível e ao choque de oferta causado por desentendimentos entre a Arábia Saudita e a Rússia, parece que o pior momento para o mercado de petróleo já passou, segundo os analistas do BTG (SA:BPAC11). Cortes de produção foram implementados e espera-se que a demanda entre em recuperação gradual.
Porém, mesmo nesse cenário sombrio, a Petrobras surpreendeu com seus resultados positivos para o 1T20. Um dos pontos de destaque é o ritmo da redução de custos de exploração do pré-sal, de 33% nos últimos 12 meses, para US$ 4,5 por barril. Com isso, o BTG agora considera preços consolidados de exploração a US$ 7,2 por barril, devido a um aumento da participação do pré-sal para 69% (ante 64%). Assim, afirma o banco, torna-se cada vez mais provável que a empresa seja capaz de reduzir para abaixo de US$ 30 por barril o preço de venda que viabiliza a produção de petróleo, abrindo o caminho para maiores retornos de longo prazo.
Ainda que a volatilidade deva ser menor nos próximos meses, o BTG mantém cautela em relação aos preços do petróleo, especialmente devido aos grandes estoques que ainda devem ser consumidos. A previsão de longo prazo apresentada no relatório para o Brent permanece em US$ 50 por barril. Às 14h30, o Brent era negociado em alta de 0,8%, a US$ 36,05 por barril. No ano, o índice de referência teve queda de 45,47% em seu valor.
Apesar da valorização recente (+15% desde a divulgação do balanço, há uma semana), o BTG sustenta que as ações da Petrobras ainda oferecem um bom ponto de entrada, com base na tese de que os preços do Brent irão permanecer abaixo dos níveis sustentáveis para muitos grandes produtores de petróleo.
Além disso, a capitalização atual da Petrobras ainda representa apenas 37% do valor da empresa e uma valuation de 4,9x EV/Ebitda em 2021. Isso, combinado a uma posição confortável e liquidez e uma geração positiva de caixa mesmo com os preços abaixo de US$ 25 por barril de petróleo em 2020, foi o que motivou a manutenção da recomendação de compra, segundo o relatório.