Investing.com - Analisando os resultados do primeiro semestre do ano da XP Investimentos, o BTG Pactual (SA:BPAC11) avalia que a companhia está no caminho certo para a abertura de capital nos Estados Unidos até o início do ano que vem. As expectativas dos analistas é que o lucro seja de cerca de R$ 1 bilhão em 2019.
O documento destaca a mudança na forma da XP divulgar seus números, mudando também os dados de 2018, o que dificulta as comparações histórica dos dados. Apesar disso, o BTG (SA:BPAC11) aponta que as receitas de serviços totalizaram R$ 1,55 bilhão no primeiro semestre de 2019(+ 40% a/a), impulsionadas principalmente pelas taxas de corretagem (+39%) e gestão de ativos (+63%). Embora menos representativas, as taxas educacionais aumentaram 166% no ano e atingiram R$ 43 milhões no semestre. Curiosamente, as receitas com instrumentos financeiros aumentaram 80% a/a para 31% da receita total (vs. 26% no primeiro semestre de 2018).
Por outro lado, a equipe do banco chama a atenção para os custos com comissões, que avançaram 68% na base anual, superando o crescimento da receita de serviços (que o BTG (SA:BPAC11) considera como a única receita comissionável), resultando em uma queda de 556 pontos-base na receita líquida de serviços após a margem de comissão, para 66% no primeiro semestre de 2019, contra 72% no primeiro semestre do ano passado.
O ROA mudou a agulha na base anual, enquanto as pós-comissões do ROA caíram 5 pontos-base. O SG&A aumentou 62% a/a, à medida que a participação nos lucros e despesas com pessoal aumentou 75%, enquanto outras linhas de SG&A cresceram mais próximas das receitas. Finalmente, a margem EBITDA caiu 180bps para 32,4%, ante 34,2% no 1S18.
A XP não divulgou seu mais recente AuC, mas, de acordo com o Brazil Journal, já ultrapassava R$ 300 bilhões em setembro, um desempenho impressionante em comparação com os aproximadamente R$ 200 bilhões divulgados pela XP em 2018 (mais de 50% no acumulado do ano). A XP também alcançou mais de 1,3 milhão de clientes ativos.
De acordo com o Info Money, no final de agosto, a plataforma de recursos totalizava R$ 100 bilhões, com um novo caixa líquido médio de R$ 4 bilhões nos três meses anteriores. Para o BTG (SA:BPAC11), os números atuais são impressionante, como eles se comparam com 400 mil clientes e R$ 80 bilhões em AuC no início de 2017, quando a XP tentou IPO pela primeira vez e foi adquirida parcialmente pelo Itaú (SA:ITUB4).
O BTG (SA:BPAC11) lembra que o Itaú (SA:ITUB4) comprou 49,9% da XP por R$ 6 bilhões em maio de 2017, esperando, em algum momento, obter o controle da empresa, mas os órgãos reguladores bloquearam a transação, permitindo apenas ao Itaú manter a participação minoritária de 49,9%. A equipe avalia que a XP já estava indo muito bem por conta própria e, parece que, com o Itaú como parceiro estratégico, o negócio disparou.
O relatório descreve a XP como uma fintech lucrativa, com rápido crescimento da receita líquida e um modelo de negócios disruptivo. Dito isto, um múltiplo de 30x sobre o lucro líquido estimado em R$ 2 bilhões para 2020 implicaria uma avaliação de R$ 60 bilhões. Nesse caso, uma participação de 50% seria avaliada em R$ 30 bilhões, ou 10% do valor de mercado do Itaú (SA:ITUB4).