Por Gabriel Codas
Investing.com - O BTG Pactual divulgou relatório nesta segunda-feira reforçando a visão de cautela para as ações da Ambev (SA:ABEV3), entendendo que a tendência é de contínua desvalorização. Na visão dos analistas, um crescimento de qualidade cada vez menor não apenas representa um risco para as estimativas de ganhos, mas sugere que a avaliação é justa, apesar dos anos de estagnação do preço das ações. Assim, a recomendação segue Neutra, com preço-alvo em R$ 13,00.
Por volta das 16h17, os ativos da companhia recuavam 1,33% a R$ 13,39, enquanto o Ibovespa registrava leve alta de 0,21% a 92.986 pontos.
No documento, a equipe destaca há muito debate e intriga sobre como o modelo de negócios da Ambev se encaixa. Nos últimos seis anos, os analistas descreveram os motivos pelos quais os analistas pensam que a máquina de lucro da Ambev apresentava sinais de fadiga. A adição de um novo elemento à equação (aparente sucesso da Heineken) levou alguns a pensar se a Ambev continuará a perder vapor ou se não tem certeza de para onde está indo o disco de valor.
Os analistas apontam que, à medida que examinam mais profundamente os fossos econômicos que a Ambev construiu ao longo dos anos no Brasil, fica claro que sua capacidade de identificar as ineficiências da cadeia de valor da cerveja, combinadas com uma liderança e escala indiscutíveis de mercado, foram responsáveis por anos de forte criação de valor permitindo que a Ambev cumpra as principais métricas de qualquer negócio valioso: o poder de precificação.
Neste momento, o BTG (SA:BPAC11) entende que a Ambev vive um dilema. Seus fossos estão sendo desafiados pela mudança nas tendências de consumo de cerveja e por um ambiente competitivo diferente.
Eles ressaltam que a tentativa de reviver o valor da marca de suas principais marcas contrasta com a necessidade de adotar uma nova mentalidade centrada no consumidor que se baseia em um portfólio de marcas premium de alto potencial, mas ainda inexplorado.
A transição para esse novo modelo, em que a equipe acredita que a Ambev priorizará a preservação da participação de mercado, mesmo que momentaneamente às custas do poder de preços e margens, deve significar que os retornos continuarão se ajustando a um nível mais baixo. O negócio ainda é bom, mas pode não ser mais bom, e acredita que as estimativas de ganhos e a avaliação das ações continuarão refletindo isso.