Por Gabriel Codas
Investing.com - Em meio a um cenário de turbulência que afeta os mercados de todo o mundo, o BTG Pactual espera que as empresas reduzam os investimentos para liberar de forma significativa o capital de giro. Nesse contexto de curto prazo, a aposta é a Vale (SA:VALE3), que estaria mais preparada para a turbulência, com a alavancagem baixa, a China parece estar se recuperando e os fundamentos do minério de ferro permanecendo fortes (embora seja provável uma correção).
Nesta terça-feira, as ações da mineradora operavam com forte alta de 3,38% a R$ 40,35, por volta das 10h40.
O banco destaca que à medida que o mercado em baixa se desenvolve rapidamente, os analistas têm respondido a uma série de perguntas de investidores sobre os riscos patrimoniais do setor.
Na visão deles, o “risco de alavancagem” geral para o grupo é baixo. A equipe aponta que aplaudiu várias empresas que apresentaram desalavancagem significativa nos últimos anos e apontam a Vale e a Gerdau (SA:GGBR4) como exemplos de sucesso.
Eles acreditam que um cenário de injeções de ações é altamente improvável, pois a grande maioria das empresas ainda está gerando FCF e há muitas opções antes de aproveitar essa medida de último recurso.
Desta forma, o BTG (SA:BPAC11) considera como pouco alavancadas (com base na dívida líquida em relação a múltiplos EBITDA), com EBITDA abaixo de 2x, estão Vale, Gerdau (SA:GGBR4), Usiminas (SA:USIM5), SCC, GMexico, Ternium e Duratex (SA:DTEX3).
Na outra ponta, os analistas colocam com maior alavancagem Suzano (SA:SUZB3), Klabin (SA:KLBN11) e CSN (SA:CSNA3). Eles acreditam que vale a pena elaborar um pouco sobre os nomes mais altos, pois os riscos parecem estar um pouco contidos.
Na Suzano, embora o negócio de carga de dívida pós-Fibria seja inegavelmente muito alto (acima de R $ 55 bilhões em dívida líquida no câmbio atual), a equipe enfatiza que a empresa está gerando FCF positivo, não possui covenants de dívida e possui uma dívida com perfil muito favorável. No entanto, o nível de endividamento é alto e ultrapassará 5x, o que não é uma métrica de grau de investimento.
Na Klabin, a alavancagem está aumentando e pode se aproximar de 5x, assim como o projeto Puma 2 está em andamento. Vale a pena notar que, se as coisas piorarem materialmente, a empresa poderia, em teoria, desacelerar seus investimentos para proteger seu balanço.