C6 lucra mais de R$1 bi no 1º semestre, com ROE de 43%

Publicado 20.08.2025, 15:35
Atualizado 20.08.2025, 15:40
© Reuters.

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O C6 Bank registrou lucro líquido de R$1,049 bilhão no primeiro semestre do ano, alta de pouco mais de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados nesta quarta-feira pelo banco, que tem como sócio o gigante norte-americano JPMorgan (NYSE:JPM) Chase e espera um resultado anual recorde.

A carteira de crédito expandida alcançou R$72,4 bilhões, com aumento de 49% ano a ano e de 20,7% na base semestral, com aumento do percentual de empréstimos com garantia para 79,8%, de 75,8% em junho de 2024 e 77,5% em dezembro do ano passado.

"O C6 vem trabalhando esse crescimento com esse perfil de risco já ao longo dos últimos dois, três anos, então é algo estrutural do nosso crescimento", afirmou à Reuters o CFO do banco, Philippe Katz, reforçando a previsão de encerrar o ano com uma carteira de R$80 bilhões.

Do total da carteira, 46% das operações são de crédito consignado, área que, segundo o executivo, é bastante valorizada e conhecida pelo banco. Em relação ao novo consignado privado, ele afirmou que o C6 iniciou a atuação com bastante cautela, mas que o plano é acelerar a expansão desse produto.

"A tendência é que você veja o banco crescer ao longo do segundo semestre nesse segmento do consignado privado", afirmou.

No primeiro semestre, a taxa de inadimplência para clientes com mais de 90 dias de atraso ficou em 3,2%, de 3,1% um ano antes e 2,6% em dezembro. O banco atrelou o movimento à implementação da resolução 4.966 neste ano, que mudou regras sobre provisões de perdas esperadas para os bancos.

De acordo com Katz, excluindo o impacto da nova regulamentação, o índice teria ficado em 2,1%, mantendo a tendência dos últimos semestres. Mas ele reforçou que o banco está confortável com o patamar de 3% após a nova regra.

"Nós gostamos do perfil de risco da nossa carteira, vamos continuar a crescer dentro desse perfil, então a tendência é a manutenção desse indicador em torno de 3%", afirmou ao comentar os números do balanço, destacando que o cenário de desaceleração da economia brasileira no ano já é esperado nos modelos do C6.

A despesa de provisão de devedores duvidosos no primeiro semestre totalizou R$996 milhões, de R$1,051 bilhão um ano antes e R$863 milhões em dezembro. O custo do crédito em relação à carteira de crédito, por sua vez, ficou em 0,3%, de 0,4% em junho do ano passado e 0,3% em dezembro de 2024.

De acordo com o head de investimentos e private banking do C6, Igor Rongel, o fato de o banco ter um DNA mais voltado para a alta renda também permite ter um descolamento do que se observa no mercado, dada a resiliência desse público.

"Como aumentamos muito a penetração do público de alta renda, a composição da carteira de clientes fica um pouco mais confortável... Isso nos deixa mais bem posicionado nesse aspecto de desaceleração ou qualquer tipo de movimento da economia que possa atingir determinado público ao longo do tempo."

Katz ressaltou a diversificação de áreas de negócios do banco, que inclui veículos, consignados, empresas e pessoa física, como uma ferramenta para o crescimento. "O banco está pronto para eventuais turbulências e vai continuar a crescer. O ano de 2025 vai ser de lucro recorde no balanço do C6."

Lançado oficialmente em agosto de 2019, o C6 atingiu seu primeiro lucro líquido anual no ano passado, de R$2,3 bilhões.

ROE SUSTENTÁVEL

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) anualizado ficou em 43% na primeira metade de 2025, de 58% no primeiro semestre de 2024, quando o C6 registrou seu primeiro lucro semestral.

O CFO explicou que, no primeiro semestre em que o banco registra lucro, o cálculo vem de uma base de patrimônio, ou seja, um denominador, mais baixo, o que faz com que o ROE fique mais alto. "É uma questão de base de comparação do denominador do ponto de partida do primeiro semestre de lucro."

"O que é sustentável para o nosso negócio é o ROE no patamar onde está, em torno de 40%", afirmou.

O executivo também destacou o modelo de negócio do C6, baseado em forte alavancagem operacional, com uma base de custos já contratada e instalada, formato que permite que as receitas cresçam mantendo os custos sob controle, o que "é muito poderoso para sustentar o crescimento e o ROE nessa magnitude".

Ainda de acordo com os dados nesta quarta-feira, o total de captações do banco atingiu R$93,5 bilhões ao final de junho, um aumento de 64% em relação ao mesmo período do ano passado, com os depósitos à vista crescendo cerca de 25% no mesmo período, enquanto as captações a prazo subiram 70%.

O índice de eficiência atingiu 46%, de 55% um ano antes, enquanto o índice de Basileia aumentou de 12,5% para 13,7%.

Questionado sobre como o C6 está tratando os eventos mais recentes envolvendo decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e sanções anunciadas pelos Estados Unidos, Katz disse que o banco está atento a toda essa movimentação. "Vamos continuar a cumprir todas as regulamentações aplicáveis", afirmou.

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