SÃO PAULO (Reuters) - A Caixa informou nesta sexta-feira que suspendeu na véspera a oferta de crédito consignado para beneficiários do Bolsa Família, a chamada linha Consignado Auxílio, e que o produto instituído durante o governo de Jair Bolsonaro passará por uma "revisão completa de parâmetros e critérios".
O banco afirmou ainda que as contratações já realizadas não passarão por mudanças e que as parcelas do financiamento serão debitadas de acordo com cada contrato.
A nova presidente da Caixa, Maria Rita Serrano, defendeu na quinta-feira, durante cerimônia de posse, o papel do banco estatal nas políticas anticíclicas do governo.
Na cerimônia, da qual participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ela também prometeu "reorganizar o banco" para atuar nos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida.
O empréstimo consignado para beneficiários do programa Auxílio Brasil, nome do Bolsa Família adotado durante o governo anterior, sofreu uma série de questionamentos desde que foi sancionado por Bolsonaro em pleno período de campanha eleitoral no ano passado.
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a pedir à corte para impedir o uso eleitoral do mecanismo.
Além da Caixa, outros 11 bancos foram habilitados junto ao Ministério da Cidadania para oferecer o empréstimo, incluindo a Zema Financeira, da família do governador mineiro e aliado de Bolsonaro, Romeu Zema (Novo).
(Por Alberto Alerigi Jr.)