A Caixa Econômica Federal (CEF) encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 1,833 bilhão, queda de 70,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em um trimestre, o banco público viu o lucro reduzir 27,9%, de acordo com balanço divulgado na manhã desta quinta-feira, 18.
A forte queda em termos anuais é explicada pelos fatores não-recorrentes que impulsionaram o lucro da Caixa no segundo trimestre de 2021. Naquele período, o banco público contabilizou os ganhos que obteve com a abertura de capital da Caixa Seguridade (BVMF:CXSE3), que movimentou R$ 5 bilhões, e com a venda das ações que detinha no Banco Pan (BVMF:BPAN4).
No primeiro semestre deste ano, o lucro da Caixa foi de R$ 4,4 bilhões, uma redução de 59,7% no comparativo anual. Sem os fatores extraordinários, a baixa teria sido de 30,2%, de acordo com a instituição.
No segundo trimestre deste ano, a Caixa ampliou as receitas provenientes de operações de crédito, bem como a carteira de operações e a receita de serviços. No entanto, observou uma forte expansão, de 78,1%, nas provisões contra devedores duvidosos, acima da média do mercado no mesmo período.
A margem financeira da Caixa foi de R$ 12,744 bilhões no segundo trimestre, alta de 14,7% em um ano e de 19,6% em um trimestre. Segundo a CEF, este aumento é decorrente dos crescimentos trimestrais de 15,5% nas receitas com operações de crédito, de 17,1% no resultado de aplicações interfinanceiras de liquidez e de 6,4% no resultado com operações de títulos e valores mobiliários.
Por outro lado, o banco observou um crescimento nas despesas de captação. Houve um crescimento de 25% nas despesas com empréstimos e repasses, de 20,1% em operações compromissadas e de 12,5% com operações de poupança. Nas operações com depósitos judiciais, o crescimento de despesas foi de 27,4%. "O comportamento dessas despesas reflete a alta dos juros, que impactaram diretamente no custo de funding", afirma a Caixa.
A carteira de crédito ampla da instituição, por sua vez, cresceu 13,7%, para R$ 928,175 bilhões. A carteira de crédito habitacional, em que a Caixa é líder de mercado, teve um aumento de 11% no período, para R$ 595,169 bilhões, enquanto a carteira destinada ao agronegócio chegou a R$ 30,780 bilhões, alta de 202,3% no mesmo período.
Ativos e rentabilidade
No final do segundo trimestre, o ativo total da Caixa chegou a R$ 1,494 trilhão, alta de 2% em um ano. O número exclui ativos que são administrados pelo banco para terceiros, caso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O patrimônio líquido avançou 10,5% em base anual, para R$ 118,750 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) da Caixa foi de 9,34% em base recorrente, uma queda de 1,37 ponto porcentual no comparativo anual. O ROE contábil, por sua vez, teve recuo de 9,46 pontos no mesmo intervalo, indo para 9,55%.