SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) afirmou nesta quinta-feira que os caminhoneiros autônomos ficaram "furiosos" com o anúncio de aumento do preço do diesel, feito na véspera pela Petrobras (SA:PETR4), mas sinalizou que por enquanto não há planos de um greve da categoria.
A entidade, que afirma representar 600 mil caminhonheiros autônomos do país, reconheceu que o governo federal tem feito esforços para atender algumas reivindicações desses profissionais, mas disse que os maiores problemas seguem sem solução: o cumprimento da tabela mínima de frete e a oscilação do preço do diesel.
"O anunciou feito pela Petrobras na quarta-feira gerou grande impacto no custo suportado pelos caminhoneiros, que estão enfurecidos com a notícia do aumento de dez centavos do diesel", afirmou a Abcam em nota.
"É grande o número de queixas recebidas pela Abcam, tanto por telefone, quanto em suas redes sociais. Entretanto, ainda não é possível afirmar que a categoria está se organizando para uma nova paralisação", acrescentou.
A Petrobras anunciou na véspera um aumento de 4,8 por cento no preço médio do diesel em suas refinarias, após ter cancelado uma alta de 5,7 por cento no combustível na semana passada, em polêmica que envolveu o presidente Jair Bolsonaro.
A estatal voltou atrás em na elevação do diesel na semana passada após Bolsonaro ter pedido à companhia uma explicação sobre os preços, o que provocou forte queda das ações da empresa na bolsa.
O governo admitiu que a decisão de Bolsonaro se baseou nos riscos de uma nova greve dos caminhoneiros, como a que paralisou o país no primeiro semestre de 2018.
Segundo a Abcam, a falta de estabilidade dos preços dos combustíveis é um dos grandes empecilhos para os caminhoneiros, que têm como principal fonte de despesa o combustível.
"Espera que não seja necessário chegar uma nova e traumática paralisação", acrescentou a entidade.
(Por Aluísio Alves)