Investing.com – As ações do Carrefour (BVMF:CRFB3) desabavam na manhã desta quarta-feira, 03, após o grupo de supermercados reportar primeiro prejuízo desde sua abertura de capital. A companhia sofreu efeitos negativos de despesas financeiras após a aquisição das lojas da varejista Big, com necessidade de financiamento, o que impactou os indicadores da rede.
Às 11h25 (de Brasília), os papéis apresentavam baixa de 9,29%, a R$9,47.
O prejuízo líquido ajustado dos controladores entre janeiro e março atingiu R$ 375 milhões ou 1,5% das vendas líquidas. No mesmo período de 2022, o resultado líquido havia sido positivo em R$421 milhões. A margem líquida ficou negativa em 1,5%, contra 2,2% positivo no primeiro trimestre de 2022.
“Espera-se agora que as conversões de loja sejam concluídas até o final do segundo trimestre, seis meses antes do planejado. Enquanto a rentabilidade foi pressionada no trimestre pelo impacto das despesas com conversão de lojas e custos atrelados à aquisição de clientes do Grupo BIG pelo banco, as sinergias avançam de forma constante e confirmamos a meta de pelo menos R$ 2 bilhões até 2025”, informou o Carrefour em release de resultados.
Após a divulgação dos dados, o banco BTG (BVMF:BPAC11) ressaltou os maiores riscos relacionados à integração do Big, levando a um trimestre fraco e com tendência de continuidade de problemas no primeiro semestre. Além dos desafios de integração, a desaceleração da inflação de alimentos e o ambiente de juros e inadimplência elevados devem pressionar a companhia, na visão dos analistas Luiz Guanais e Gabriel Disselli. A recomendação para a ação segue de compra, com preço-alvo de R$21.
O Santander (BVMF:SANB11) também reforçou o distanciamento dos indicadores em relação às projeções, com perspectiva de reação negativa dos mercados. O Ebitda consolidado veio 17% abaixo das estimativas de consenso. De acordo com os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, a margem Ebitda mostrou execução forte, mesmo diante do cenário de desinflação dos alimentos. A integração foi o principal impacto nos resultados, concordou o banco, com incorporação da base de clientes do Big. “Esse crescimento veio com o aumento dos custos de aquisição de clientes e um encargo de risco mais elevado”.
O Santander conta com classificação outperform para os papéis, com preço-alvo de R$20.
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