O Carrefour (BVMF:CRFB3) lançou um programa de venda de ações da companhia para todos os seus funcionários. A compra pode ser realizada com até 50% dos recursos provenientes da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), e a rede concede 15% de desconto sobre o valor do papel no mercado. Quem optar por se tornar acionista deve manter os papéis pelo prazo mínimo de um ano, mas não perde nada caso saia da companhia nesse período. A empresa já tinha um plano do gênero voltado a funcionários de cargos executivos, porém com regras diferentes, e que segue inalterado.
"Queremos que todos se sintam donos, e não apenas a liderança ou quem avaliamos como talento", diz a responsável pela área de recursos humanos do Grupo Carrefour Brasil, Cátia Porto.
Alta rotatividade
Os cargos na operação varejista são caracterizados pela alta rotatividade. Em média, por ano, o Carrefour vê suas equipes de operação mudarem de 35% a 40%. Esse número é alto em todo o varejo, dado que as rotinas de trabalho em lojas são intensas. "Não é que tinha algo que não estava legal na nossa cultura antes. A estrutura que tínhamos levou o Carrefour a chegar até aqui e a que o Big tinha, levou a empresa a chegar até aqui também. No entanto, vimos que era hora de fazer algo novo", afirma Porto.
Ela acrescenta, porém, que a retenção de talentos não é o foco do novo programa e que ele tem o intuito de implementar uma nova cultura proposta pela companhia após a compra do Grupo Big.
O Carrefour tem hoje 150 mil funcionários e pretende usar a metade dos valores obtidos com a iniciativa para promover ações ligadas às área de meio ambiente, social e governança (ESG, na sigla em inglês). Questionada sobre como o novo programa deve beneficiar a companhia e seus atuais investidores, ela não especificou as vantagens. "Isso não é um plano de negócios, é um plano de gente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.