SÃO PAULO (Reuters) -A CBA, uma das maiores produtoras de alumínio do país, avalia que o quadro de equilíbrio global entre oferta e demanda pelo metal deve ajudar em uma recuperação nos preços em 2024, afirmou a diretora financeira, Camila Abel, em apresentação a investidores nesta quarta-feira.
"Tem desestocagem em muitas indústrias ao longo do segundo semestre deste ano, o que tende a suportar uma recuperação de preços ao longo do ano que vem", disse a executiva.
A CBA terminou setembro com alavancagem de 9,7 vezes a relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado.
Segundo Abel, a tendência é de queda do indicador de alavancagem em 2024, diante de uma operação "normalizada" da companhia, recuperação dos preços do alumínio e expectativa de custos de matérias-primas menores. A empresa também pretende monetizar créditos tributários para acelerar a redução da alavancagem.
"O nível de capacidade produtiva dos 'smelters' (produtores) no mundo está bastante alto, o que é positivo para recuperação dos preços (do alumínio)", afirmou a executiva.
Abel afirmou que a demanda por alumínio no Brasil está avançando, favorecida pelos esforços de descarbonização da economia, que incluem investimentos em usinas de energia renovável, e eletrificação de veículos, que utilizam 40% mais alumínio em sua composição do que um carro a combustão.
A CBA investiu no acumulado de 2023 até o final de setembro 616 milhões de reais, praticamente em linha com os desembolsos de um ano antes.
O presidente-executivo, Luciano Alves, afirmou que a companhia não faz projeções para os investimentos, mas "o que vamos executar este ano vai ser muito parecido com ano que vamos fazer ano que vem". Segundo ele, os desembolsos da empresa em investimentos de manutenção são da ordem de 400 milhões a 500 milhões de reais por ano.
Além da própria melhora da operação, a CBA ainda conta com a entrada de recursos no curto prazo relacionada à venda de ativos, segundo ele.
A empresa vendeu refinarias de níquel em Niquelândia (GO) neste ano por 20 milhões de reais, e em São Miguel Paulista (SP) por 125 milhões de reais em 2022.
Às 15h30, as ações da CBA exibiam alta de 3,2%, cotadas a 4,24 reais. Os papéis não fazem parte do Ibovespa, que, no mesmo horário, avançava 0,3%.
(Por Alberto Alerigi Jr., edição de André Romani)