O Dez-24 encerrou a semana @ 242,95 centavos de dólar por libra-peso deixando os produtores sem hedge preocupados (fechamento anterior / máxima / mínima / fechamento respectivamente @ 248,40 / 255,65 / 241,30 / 242,95 centavos de dólar por libra-peso). Apesar da desvalorização em NY de -2,19% no mercado interno os preços continuaram firmes com a “ajuda” da desvalorização do R$ em -3,70%, encerrando nas máximas do ano @ 5,88 R$/US$!
Não fosse a “ajuda” da desvalorização do R$ os preços no mercado interno estariam negociando novamente ao redor dos 1.400 R$/saca para o café tipo 6 e abaixo dos 1.300 R$/saca para o café tipo robusta. Com a “ajuda” do R$ o mercado interno continuou negociando ao redor dos 1.600 R$/saca para o “cereja descascado”, 1.480/1.550 R$/saca para o café arábica tipo 6, e ao redor dos 1.350/1.400 R$/saca para o café robusta.
O mercado continuou prestando atenção aos relatórios vindos do campo. O pegamento da florada continua sendo a grande dúvida para a próxima safra 25/26, principalmente nas lavouras de sequeiro.
O mercado continua apostando qual será o tamanho da safra brasileira 24/25. Nessa semana o Rabobank voltou a reafirmar sua projeção em 68 milhões de sacas e outros analistas continuam estimando uma safra entre 53-60 milhões de sacas. Em breve o mercado vai ficar sabendo...
As exportações seguem firmes, e pela primeira vez na história, o Brasil poderá superar as 5 milhões de sacas (superando o recorde anterior em novembro-20 quando o Brasil exportou 4,77 milhões de sacas)! Realmente os importadores europeus aceleraram as exportações/importações durante os primeiros 4 meses para repor estoques e internalizar produto antes do início da vigência das novas leis antidesmatamento na Europa (EUDR) – que aparentemente vai ser mesmo prorrogada.
Considerando o Brasil exportando 5 milhões de sacas no mês de Out-24, então, nos primeiros 4 meses do ano safra 24/25 (julho-outubro) o Brasil terá exportado +16,97 milhões de sacas! Durante o mesmo período nos anos safras anteriores 23/24, 22/23, 21/22 e 20/21 o Brasil exportou respectivamente 14,45 / 12,41 / 12,57 / 15,55 milhões de sacas!
A safra do Vietnam começa a entrar no mercado voltando a competir com o produto brasileiro. Porém, o quadro “oferta x demanda” mundial continua, e continuará muito justo durante os próximos 3 anos!
Se a projeção do Rabobank estiver correta nos 68 milhões de sacas e a do Vietnam em +27 milhões de sacas, então o déficit entre “produção mundial x consumo mundial” ainda assim estará em -8,20 milhões de sacas! Considerando ainda que o próximo estoque de passagem da safra 24/25 para a próxima safra 25/26 seja mesmo os 14,80 milhões de sacas, o Brasil precisará produzir pelo menos 58 milhões de sacas na próxima safra 25/26 conseguir equilibrar o estoque final ao final do ano safra 25/26... Muitos produtores e alguns analistas já estão estimando uma safra brasileira 25/26 em no máximo 45 milhões de sacas. A principio o quadro acima está considerando 58 milhões de sacas. Será?
Começaram a “pipocar” fotos de algumas lavouras carregadas, prontas para uma “excelente safra” no próximo ciclo. Porém, muitas dessas lavouras são irrigadas. Lembrar que no Brasil apenas 15% das lavouras são irrigadas! E as lavouras de sequeiro foram sim muito afetadas e estão bem desfolhadas. As chuvas atuais estão recuperando as plantas. O primeiro objetivo da planta é sobreviver para depois produzir! Então, a expectativa agora continua sendo para uma “boa safra” apenas na safra 26/27.
O déficit entre “produção mundial x consumo mundial” para o ciclo atual 24/25 continua projetando um déficit global entre -8,20 até -19 milhões de sacas (considerando que o Vietnam irá produzir 27 milhões de sacas).
Como demonstrado no meu quadro acima “Oferta Mundial x Demanda Mundial”, se tudo ocorrer dentro do previsto o mercado voltará a equilibrar apenas a partir da safra 28/29! Considerando que o Brasil produzirá 85 milhões de sacas nos anos safra 27/28 e 28/29!
Os fundos + especuladores continuam comprados em +40.000 lotes.
Dificilmente nesse vencimento Dez-24 o mercado irá romper os 300 centavos de dólar por libra-peso (porém continuo construtivo para os próximos meses). Nessa semana o Dez-24 negociou abaixo das médias móveis dos 50, 9 e 100 dias (encerraram respectivamente @ 253,50 / 248,00 e 243 centavos de dólar por libra-peso) – que agora viraram resistências! Os próximos suportes estão @ 237 e 226,50 centavos de dólar por libra-peso. Lembrando que ainda existe um “gap” entre 226,20 até 227,10 centavos de dólar por libra-peso.
Como sempre, proteja-se!
Boa semana a todos!