CBA reverte lucro e registra prejuízo de R$ 263 milhões no 3º trimestre

Publicado 08.11.2023, 18:07
Atualizado 08.11.2023, 21:10
© Reuters.  CBA reverte lucro e registra prejuízo de R$ 263 milhões no 3º trimestre

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) registrou R$ 263 milhões de prejuízo líquido no terceiro trimestre de 2023, o que representa uma reversão do lucro apurado no mesmo período de 2022, de R$ 100 milhões. As perdas foram sequencialmente maiores ante os três meses imediatamente anteriores, quando a empresa registrou prejuízo de R$ 50 milhões. As informações são do release de resultados da CBA, publicado na noite desta quarta-feira, 8.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da CBA somou R$ 46 milhões no período, o que representa uma queda de 86% na comparação anual e recuo de 37,8% na relação trimestral.

A margem Ebitda ficou em 2%, uma variação negativa de 2 pontos porcentuais ante o trimestre anterior. O valor também é menor na comparação com o apurado no terceiro trimestre de 2022, em 15%.

Quanto à receita líquida, a empresa somou R$ R$ 1,863 bilhão, 17% menor na comparação anual e 11,8% superior ante o segundo trimestre.

A alavancagem da CBA, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, atingiu o maior patamar desde o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), em 9,71 vezes. O valor cresceu substancialmente na comparação com o segundo trimestre, de 3,88 vezes, e está acima da política estabelecida pela empresa, em 2 vezes.

A dívida líquida da CBA aumentou para R$ 2,983 bilhões no período, ante R$ 2,296 bilhões no segundo trimestre. O prazo médio da dívida foi alongado para 5,1 anos, maior na comparação com os 4,25 anos apurados ao final de junho.

A posição de caixa da CBA em setembro foi de R$ 1,828 bilhão. Deste total, R$ 1,327 bilhão é referente aos recursos disponíveis da companhia e R$ 522 milhões referem-se a uma linha de crédito rotativo, que representa uma fonte adicional de liquidez.

Aumento de capital

Em entrevista concedida ao Broadcast, a diretora Financeira e de Relações com Investidores da CBA, Camila Silva, anunciou a intenção da empresa em realizar um aumento de capital por meio de uma subscrição privada.

Diferente do follow-on (oferta subsequente de ações), a subscrição privada favorece os acionistas, pois permite que eles não tenham a sua participação societária diluída em razão do aumento de capital. Na hipótese do acionista não optar pela compra dos novos papéis, eles poderão ser negociados no mercado de forma livre.

O objetivo da CBA é levantar até R$ 206 milhões em recursos, que vão ajudar a reforçar o caixa da empresa e preservar a estrutura de capital. Segundo Camila, o movimento conta com o apoio da Votorantim, acionista controladora, que detém aproximadamente 68% de participação. As ações adicionais serão oferecidas com um deságio de 10%.

"A oferta será no mesmo valor dos dividendos que vamos precisar pagar este ano de R$ 206 milhões, então não estamos aumentando capital com intenção de atrair valores além disso. É uma alternativa ao pagamento de dividendos para os acionistas que concordarem", afirmou Camila.

A executiva avaliou que, considerando as perspectivas da empresa e múltiplos atrativos, a proposta é atrativa aos acionistas minoritários.

O presidente da CBA, Luciano Alves, acrescentou que, conforme a Votorantim já sinalizou o interesse em acompanhar a subscrição, então a empresa já deve conseguir captar ao menos R$ 140 milhões.

Questionada se a CBA poderá realizar novas emissões no futuro, Camila afirmou que não há necessidade para um novo levantamento de capital, visto que a empresa já realiza uma série de iniciativas com foco na melhoria da eficiência operacional e gestão da dívida. Segundo a executiva, as atividades que estão em curso garantem uma posição segura para a companhia.

Plano de recuperação

Já em curso desde o início do ano, a CBA anunciou que possui um plano de recuperação financeiro e operacional. A operacionalização do plano acontece em meio ao aumento da alavancagem da companhia para o seu maior patamar já registrado ao menos desde a sua listagem na Bolsa brasileira.

A execução do plano já traz perspectivas positivas para 2024, segundo a empresa. Uma das frentes que são realizadas pela CBA ocorre por meio de desinvestimentos. Um deles é em capital de giro, com a liberação de estoques da companhia. Há ainda outras iniciativas como a venda de ativos não operacionais, como imóveis, em linha com o que a companhia já anunciou ao mercado.

Outra frente do plano de recuperação acontece por meio da melhoria de indicadores de desempenho da CBA, destacou o presidente da companhia. "Considerando uma perspectiva de melhora do mercado, ao mesmo tempo em que estamos trabalhando dentro de casa para melhorar a nossa rentabilidade, esperamos uma redução da alavancagem", afirmou Alves.

O executivo destacou que a alta registrada na alavancagem aconteceu em função dos resultados recentes de Ebitda. O indicador foi afetado negativamente por dois fatores: de um lado houve uma piora no ambiente de mercado que impactou todo o setor, e em segundo lugar, a CBA tinha registrado no início do ano uma instabilidade operacional das salas fornos, problema que foi superado em junho.

Vendas

Com a recuperação das salas fornos, Camila afirmou que a empresa já verificou uma melhora no seu desempenho de produção e vendas. A executiva vê ainda uma tendência de redução nos custos para os próximos trimestres.

A CBA registrou 119 mil toneladas em vendas totais de alumínio no terceiro trimestre do ano, o volume representa um aumento de 12% na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Na comparação com o mesmo intervalo de 2022, contudo, houve 8% de retração. A redução na base anual ocorreu devido à menor demanda do segmento de reformas residenciais.

Considerando as vendas por perfil de produto, as comercializações de alumínio primário registraram 67 mil toneladas, valor 3% maior ante um ano e 26% maior sequencialmente. O segmento de transformados, por sua vez, apurou 31 mil toneladas em vendas, o que mostra um recuo de 7% no intervalo anual e 3% de avanço ante o trimestre anterior.

As vendas de alumínio reciclado totalizaram 20 mil toneladas, valor 34% menor na comparação anual e 9% inferior no intervalo trimestral.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.