Por Alberto Alerigi
SÃO PAULO (Reuters) - A CCR (BVMF:CCRO3) anunciou nesta segunda-feira lucro líquido ajustado de 411 milhões de reais para o segundo trimestre, mais que o dobro do resultado do mesmo período de 2023 e levemente acima do esperado pela média do mercado.
A maior operadora de ativos de infraestrutura de transporte do país afirmou que o resultado marcou o melhor segundo trimestre já apurado pela empresa, puxado por aumento de demanda em seus três principais negócios: rodovias, aeroportos e no transporte de passageiros sobre trilhos.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 14,4%, para 2 bilhões de reais, com destaques para incrementos de cerca de 30% nos negócios de mobilidade, onde estão os ativos de transporte ferroviário, e aeroportos.
Analistas, em média, esperavam por lucro líquido de 379,52 milhões de reais para a CCR no segundo trimestre e Ebitda de 1,956 bilhão, segundo dados da Lseg.
A receita líquida foi 12,5% maior que a de um ano antes, a 3,48 bilhões de reais, ante expectativa do mercado de 3,87 bilhões, segundo a Lseg.
Segundo o presidente-executivo da CCR, Miguel Setas, as receitas complementares do grupo cresceram mais de 18% sobre um ano antes, com "recordes de demanda em todas as plataformas".
A empresa afirmou que a relação entre investimento e receita líquida ajustada foi de 40,5%, uma redução de dois pontos percentuais sobre o registrado no segundo trimestre de 2023.
Em junho a companhia aprovou emissão de 9,4 bilhões em debêntures, que foram subscritas pelo BNDES, mais uma linha de financiamento do banco de fomento de 1,34 bilhão de reais para investimentos nas concessões das rodovias Presidente Dutra e BR 101-RJ/SP. A emissão foi a maior de papéis incentivados já realizada no país.
A companhia terminou o semestre com uma relação de endividamento de 3,1 vezes ante 3 vezes no segundo trimestre de 2023.
"Mesmo com a operação da CCR RioSP e outras emissões realizadas nos últimos meses, a alavancagem do Grupo CCR permanecerá abaixo do limite da política de endividamento de 3,5 vezes nos próximos trimestres", afirmou a empresa no balanço.