Investing.com – Um ambiente macroeconômico ainda desafiador, com juros, endividamento e inadimplência elevados, deve pressionar os dados do segundo trimestre da plataforma virtual de cashback Méliuz.
A média das estimativas de analistas compiladas pelo InvestingPRO é de uma receita de R$103,9 milhões.
Fonte: InvestingPRO
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco BTG (BVMF:BPAC11) apontou que espera um crescimento fraco do GMV no segundo trimestre, que é tradicionalmente o pior, afetado por critério sazonal, mas com expansão das margens. Aumento das campanhas, otimização do cashback por cliente e racionalização do mercado estão entre os possíveis pontos positivos.
“Com o mercado de comércio eletrônico ainda sob pressão, esperamos que o crescimento do GMV fique aquém da nossa estimativa e permaneça relativamente plano na comparação trimestral. Por outro lado, a empresa continuará sua agenda de reestruturação de custos, aliviando alguma pressão sobre os resultados, enquanto as taxas de take net devem melhorar ligeiramente frente ao trimestre anterior”, avaliam os analistas Ricardo Buchpiguel, Eduardo Rosman e Thiago Paura.
Matheus Guimaraes, analista do setor financeiro da XP (BVMF:XPBR31), afirma que o comércio eletrônico no segundo trimestre deve ser afetado negativamente pelo ambiente macro. “Com isso, esperamos que a receita líquida seja pressionada pelo fraco desempenho do GMV Brasil. Pelo lado dos custos e despesas, os acordos comerciais com o BV ainda não devem trazer benefícios devido ao seu estágio inicial”, lamenta. Por outro lado, a posição de caixa deve manter sólidos resultados financeiros, evitando que o prejuízo líquido apresente deterioração, no entendimento do analista. A XP projeta prejuízo líquido de R$ 11,9 milhões para a companhia, mas não acredita que os resultados consigam ditar a dinâmica de preço das ações no curto prazo.
Gabriel Bassotto, analista chefe de ações do Simpla Club, espera mais um resultado muito fraco, diante de um contexto que considera frustrante. “Primeiro que a empresa já vem de resultados muito fracos há bastante tempo. Apesar de no primeiro trimestre ela ter apresentado um lucro baixo, mas ainda assim um lucro, é verdade que a empresa ainda não conseguiu encontrar um ponto de operação saudável, ela oscila bastante, está em um setor realmente muito volátil e tudo isso acrescenta muito risco à empresa”, explica o analista.
“Então diante de um contexto em que as vendas no e-commerce estão decepcionantes até mesmo pelo endividamento das famílias, menor concessão de crédito, juros muito altos, o e-commerce de uma forma geral, tem desempenho muito baixo”, completa Bassotto, indicando não somente queda nas vendas, mas a retirada de alguns de seus benefícios relacionados ao cashback. Bassotto ressalta que enxerga mais riscos do que pontos positivos na empresa, que carece de vantagens competitivas e não agrada, segundo ele.
Às 15h45 (de Brasília), as ações despencavam 6,84%, a R$8,85.