MOSCOU (Reuters) - O presidente da maior produtora de petróleo da Rússia, Rosneft, e o mais influente executivo do setor de energia do país, Igor Sechin, disse que espera uma intensificação na disputa por participação no mercado global de energia.
"O maior desafio para o setor de energia da Rússia é o forte aumento da competição nos mercados globais de energia. No futuro, deverá haver uma acirrada disputa pela manutenção de participação nos mercados tradicionais e pelo aumento da fatia em novos mercados de energia", disse Sechin em entrevista ao veículo Il Sole 24.
A Rússia tem se fortalecido nos mercados da Ásia, onde a Arábia Saudita antes era o fornecedor dominante. Já Riad tem revidado com descontos agressivos no mercado europeu.
No ano passado, Sechin disse que a Arábia Saudita havia passado a fornecer para a ex-comunista Polônia a preços que considerou "dumping", enquanto o ministro russo de Energia, Alexander Novak, disse que a entrada dos sauditas nos mercados do leste europeu eram "a competição mais dura".
O executivo, um crítico da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), disse que o mercado global pode enfrentar falta de oferta em três a cinco anos, e os produtores poderão precisar negociar como dividir o aumento de oferta e explorar reservas estratégicas.
"O mercado está atingindo um equilíbrio mais rápido que os analistas previram", disse.
Ele também questionou os planos da Rússia de vender quase 20 por cento da Rosneft como parte de um amplo programa de privatizações, dizendo que outras opções deveriam ser consideradas, uma vez que os baixos preços do petróleo e sanções internacionais relacionadas à crise com a Ucrânia derrubaram o preço das ações da companhia.
"Nós acreditamos que seria prudente considerar opções diferentes, incluindo convidar um investidor estratégico, nas atuais condições de dificuldade", disse.
(Reportagem de Vladimir Soldatkin)